“SOU ANTI!”

NÃO ME PERGUNTE, PORQUE AMO OS ANIMAIS? SE FINGIR NÃO SABER OS MOTIVOS, ME PERGUNTE PORQUE ODEIO OS HUMANOS! - SOU ANTI, SOU UM SER RACIONAL PENSANTE E LIVRE, POR ISSO SOU ANTI, SOU ANTI SISTEMA DOMINANTE, SOU ANTI ESTADO E SUAS LEIS SOU ANTI INSTITUIÇÕES OFICIAIS, SOU ANTI PATRIOTISMO E NACIONALISMO, POIS SÓ SERVEM PARA EXALTAR UMA PSEUDA PÁTRIA SUA, SOU ANTI POLÍTICA PARTIDÁRIA E O CÂNCER QUE ESSA REPRESENTA, SOU ANTI O VOTO POLÍTICO PARTIDÁRIO E A FARSA DA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA QUE ELE “VENDE” SOU ANTI A FARSA QUE É A TAL DA DEMOCRACIA ENQUANTO REGIME, PELAS FALÁCIAS QUE “VENDE” E POR REPRESENTAR UM GOVERNO. SOU ANTI CRENÇAS DE FÉ RELIGIOSAS SEU DEUS ASSIM COMO AS MÍSTICAS, SOU ANTI CONCEITOS FALSOS DE VALORES, SOU ANTI SOCIEDADE E SUAS AMARRAS OU “CABRESTOS” MORAL, QUASE SEMPRE FALSO MORALISTA, SOU ANTI POLÍCIA E TUDO QUE ESSA REPRESENTA, OPRESSÃO, COVARDIA, DISCRIMINAÇÃO, PERSEGUIÇÃO ETC, SOU TOTALMENTE ANTI MODISMOS. SOU ANTI! POIS SOU UM SER RACIONAL MAS PENSANTE!!! - A FARSA DA VIDA - "FARSA, A VIDA É UMA GRANDE FARSA, MAS QUEM DISSE QUE NÃO É, COMO NEGAR!, SIMPLES SENDO MAIS UM FARSANTE."

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Depois de se juntar aos seus iguais escória das escórias, Tarcísio e Castro, Lula irá se juntar a mais um nazifascista de extrema-direita agora será Zema, esse é o legítimo representante da esquerda Fake tupiniquim. "Onde os canalhas se encontram", parece um título de faroeste italo-americano dos anos 60 mas, esse é o título dos governos Lula, para não parecer discriminatório, seria bom Lula chamar Cabral, Garotinho, Pesão, assim como Marcola e Beira Mar, para compor sua base de apoio moral cultural e intelectual e assim garantir sua governança.


O falso moralismo com seu oportunismo barato, chegou a um nível tão vergonhoso na sociedade hipócrita e maniqueísta que temas como assédio, estupro, pedofilia etc, servem hoje só para alimentar verdadeiras "caças as bruxas" não é por acaso que muitas pessoas escolhem se afastar cada vez mais umas das outras para não se tornar mais uma vítima dessa chaga falso-moralista, só para citar um exemplo, quando bem desejar até mesmo pelo sádico prazer em destruir a reputação de um homem qualquer mulher pode destruir moral e financeiramente este, basta mesmo sem nenhuma mínima prova, acusa-lo de assédio ou tentativa de estupro, mesmo que ele sequer tenha chegado perto dela muito menos tocado-a, pois tudo e todos estarão contra ele e a favor delas.


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Brasil usa mais agrotóxicos que Estados Unidos e China juntos

 Agência da ONU indica que Brasil aplica mais de 720 mil toneladas de veneno contra pestes em lavouras

O Brasil já usa mais agrotóxicos em suas lavouras do que a China e os Estados Unidos juntos. Isso é o que mostra um levantamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).

Os dados divulgados pela FAO são referentes a 2021. Naquele ano, segundo a agência, foram aplicadas 719,5 mil toneladas de venenos contra pestes em lavouras nacionais. No mesmo ano, a China, que tem quase sete vezes mais habitantes que o Brasil, aplicou 244 mil toneladas. Já os EUA aplicaram 457 mil toneladas. Juntos, eles usaram 701 mil toneladas. 

De acordo com os dados da FAO, o Brasil é o país que mais usa agrotóxicos no mundo. É seguido justamente pelos EUA. A Indonésia, que usou 283 mil toneladas de veneno em suas lavouras – menos da metade do Brasil –, vem em terceiro lugar.

Dados da FAO mostram os países líderes em uso de agrotóxicos em lavouras no mundo / Reprodução/elaboração Gerson Teixeira (Abra)

O Brasil usa 10,9 kg de agrotóxicos para cada hectare de lavoura (10 mil m2). Já os EUA usam 2,85 kg/ha; a China, 1,9 kg/ha.

Em 2021, foram usados no Brasil 3,31 kg de agrotóxicos por pessoa. Nos EUA, foram 1,36 kg per capita; e na China, 0,17 kg per capita.

Para Gerson Teixeira, engenheiro agrônomo e diretor da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), dados como esse mostram como a agricultura nacional tem se tornado dependente dos agrotóxicos devido a escolhas de métodos de produção.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Teixeira explicou que o Brasil, décadas atrás, optou por um modelo de produção agropecuária voltado à exportação, principalmente de soja. Isso tornou o país o segundo maior exportador de produtos agrícolas do mundo, segundo a FAO, atrás só dos EUA.

Acontece que lavouras de soja são altamente dependentes do uso de fertilizantes e agrotóxicos, ressaltou Teixeira. Isso aumentou o consumo desse tipo de veneno no Brasil.

Em 1990, segundo a FAO, o Brasil consumia 51,1 mil toneladas de agrotóxicos por ano. Em 31 anos, essa quantidade aumentou 1.300%.

 "A agricultura brasileira pensava que a soja transgênica reduziria a necessidade do veneno e dos fertilizantes", afirmou Teixeira. "Na verdade, aumentou a dependência dos dois."

Dados do Banco Mundial tabulados por Teixeira apontam que o Brasil também já é o segundo maior consumidor de fertilizantes do mundo quando considerados a quantidade de quilos aplicados por hectares de lavouras, ficando atrás da China.

Do total de fertilizantes utilizados na agricultura nacional, 87% é importado, de acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Segundo a FAO, o Brasil é o maior importador de fertilizantes do mundo. Consome 18% das importações mundiais. Os EUA consomem 13% e a China, 5%.

Riscos à saúde

Por conta do uso crescente de agrotóxicos no país, a cada dois dias, uma pessoa morre por intoxicação por uso desse tipo de veneno no Brasil. Uma a cada cinco vítimas é criança ou adolescentes de até 19 anos. Esse dado consta num relatório publicado em 2022 pela rede ambientalista europeia Friends of the Earth Europe.

De acordo com a entidade, empresas agroquímicas europeias como a Bayer e a Basf trabalham conjuntamente com o agronegócio brasileiro para disseminar o uso de veneno no Brasil, desconsiderando os malefícios causados por eles à população.

Larissa Bombardi, professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), escreveu em seu livro Agrotóxicos e Colonialismo Químico (editora Elefante) que a Europa concentra um terço da produção de agrotóxicos no mundo. Autoridades europeias, porém, já proibiram o uso de 269 tipos de defensivos por conta dos danos causados por eles à saúde. Em países como Brasil, os banimentos não chegam a 30.

Entre os 10 mais vendidos por aqui, cinco são proibidos na União Europeia, ressaltou Bombardi. "Enquanto a área plantada no país cresceu 29% de 2010 a 2019, o uso de agrotóxicos cresceu 78%", disse ela, em palestra feita em Curitiba, no ano passado.

"Essa forma de agricultura faz mal à população e ao planeta", disse ela. "Só a reforma agrária com foco na agroecologia oferece uma solução."

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) participa da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e tem várias ações em parceria com a sociedade civil organizada e movimentos sociais para alertar para o perigo dos agrotóxicos e para buscar aumentar o controle e reduzir seu uso.


Independente se um verdadeiro energúmeno ou ignorante os teistas costumam, ou são acostumados, alienados, manipulados, enfim adestrados a se acostumarem, a falar do tal Deus, como se estes fossem os arautos da inteligência rara e por isso donos da verdade absoluta, tanto que estes aparentam uma convicção inabalável naquilo que eles sequer podem mostrar uma mísera prova, real ou de fato, da existência desse tal ser, e quanto mais simplório energúmeno ou ignorante é o teísta, mais enfático ele costuma ser nas suas afirmações.


Os judeus ortodoxos diz que Benjamin Netanyahu é nazista, Netanyahu só ou o estado judeu! afinal desde 1948 que os judeus vem aplicando táticas nazistas contra os palestinos oprimindo perseguindo tomando seus pertences e claro tentando extermina-los, com todos os judeus se beneficiando das práticas nazistas dos que eles culpa isoladamente os sionistas, não é por acaso que estes são eleitos e reeleitos com os votos dos judeus ortodoxos ou não. Por mais que alguns judeus tente convencer, os desinformados, que não apoiam o sionismo só para não serem igualados aos sionistas ao tentar jogar a culpa e só agora no sionismo, estes são sim iguais e responsáveis pelo que está acontecendo em Gaza, isso porque agora os judeus e seu estado estão com a pior imagem possível no mundo uma imagem de povo e estado opressor, colonizador, genocida, exterminador, enfim nazifascista e terrorista, e tentar assim terceirizar sua culpa jogando a responsabilidade só nos sionistas, isso não convence ninguém. Se estivesse vivo Hitler se orgulharia dos judeus, mesmo sem entender como os judeus, suas vítimas, copiaram e usaram suas práticas nazistas, das quais foram vítimas, contra os palestinos.


domingo, 4 de fevereiro de 2024

Uma piada infeliz de Lula em um discurso na montadora Volkswagem ao se deparar com uma jovem negra, cria uma polêmica pois revela consciente ou não, muito mais que uma simples brincadeira ou piada, revela um preconceito étnico de Lula. Mas minha avó, na sua sabia simplicidade dizia, "quem não sabe conversar dá bom dia a cavalo!" Mas também tem uma outra explicação para certos tipos de brincadeiras ou piadas "no sense", por trás de toda piada sempre existe uma intensão de que essa seja uma verdade. Não sou de ficar reforçando melindres seja qual for o tipo ainda mais de "ofendidos sem causa" mas não tem como negar que por trás da piada sem nenhuma graça de Lula reside um preconceito étnico enrustido, consciente ou não, já que se a jovem fosse branca Lula jamais faria tal piada, isso é fato!

 

Uma síntese da mulher

 Mulher além de ser um ser nada confiável ou falso e interesseiro é também oportunista e explorador, presunçoso e pretensioso, mimado demais principalmente pelas instituições, além de cheio de privilégios regalias etc, ainda lhes concederam incontáveis vantagens benefícios e benesses. A mulher além de viver querendo e ganhando mais, é também possessiva, pegajosa, imatura e infantilizada, só não quando é para ferrar explorar e chantagear o homem, insegura e instável psico-emocionalmente é melosa e ainda tem uma carência absurda de atenção, na sua absurda insegurança ela nunca aceita ser ignorada ou dividir as atenções, assim como tem uma necessidade incontrolável de se vender como mercadoria especialmente do sexo, não é por acaso que a sociedade falso-moralista hipócrita maniqueísta e feminista, como só ela consegue ser mesmo com todo o falso-moralismo que lhes norteia ela não dá a menor importância ao comércio do corpo que a mulher promove no dia a dia nem mesmo o prostíbulo virtual que a mulher transformou a internet, especialmente as redes social, não considera atentado violento ao pudor mulher desfilando nua pelas ruas, tentativa de estupro mulher se jogando ou dando encima dos homens nem sequer assédio sexual, mas se a situação se inverte nem que seja uma única vez com o homem protagonizando estas mesmas situações, o mundo desaba sobre os homens, e mesmo com toda essa hipocrisia essa mesma sociedade falso-moralista ainda rótula o mundo e ela própria sociedade de machista.

A mulher já vive mais que o homem devido o menor desgaste mental e físico por conta do menor esforço que o homem que trabalha se desgasta e adoece muito mais que a mulher e invariavelmente é ignorado pelo estado e pela sociedade falso-moralista hipócrita maniqueísta que só cobra do homem sem nada lhes conceder nem o direito de errar, mas apesar de tudo é ela que tem e continua recebendo ainda mais privilégios regalias vantagens benefícios e benesses, o que certamente acarretará um aumento expressivo na população feminina em detrimento da masculina que disfarçada ou escancarada vai sendo irrelevada ignorada e negligenciada ao contrário da população feminina e isso é fato!

A mulher é como a cigarra no conto "A Cigarra e a Formiga" canta no verão não se prepara para o inverno e quando esse chega seu mundinho paralelo e limitado desaba, principalmente quando mais nova quando todas vivem num mundinho de Alice se achando a oitava maravilha do mundo ou mesmo o centro do universo, e assim vai girando no carrossel de rola como se não houvesse amanhã, logo a fase balzaquiana chega, assim como sua discriminação pela sociedade que invariavelmente às vê com certo preconceito e perdedora por não ter constituída uma família com marido e filhos como a sociedade falso-moralista projeta, além de também ironicamente elas serem vistas pelas mais novas como rejeitadas, mesmo estas mais novas trilhando os mesmos caminhos e com o mesmo futuro, aquelas que ainda tem uma "mercadoria" seu corpo, comestível pelo mercado ou que não se deteriorou tanto no carrossel de rola, estas ainda conseguem prorrogar um pouco seu prazo de validade, mas por pouco tempo, as que não teve a mesma "sorte", o que é a maioria esmagadora, estas entra em desespero e começa a atirar para todos os lados para vê se acerta um otário destes muitos Beta-provedor existentes por aí, que aceite ser seu "caixa-eletronico" ou "pagador de boleto", para comprar sua mercadoria mais que vencida ou já em decomposição, e pior acompanhada de filhos "sem pais" ou bastardos, quando conseguem estas ainda"acerta na loteria", sem contar que a idade vai chegando e elas canceladas esquecidas e preferidas vão ainda pagar de coitadinhas, infelizmente como mulher desfrutam de milhões de privilégios regalias vantagens benefícios e benesses que o estado e a sociedade mesmo falso-moralista lhes concede, elas vão vivendo nesse ciclo vicioso.

Demonstração de emoções em mulher é algo tão confiável e verdadeiro, quanto uma nota de sete dólares, assim como sinceridade e autocrítica, nunca se vê uma mulher fazendo uma autocrítica assumindo suas mediocridades por mais escancaradas ou escandalosas que estas sejam.

Mulher é um ser sem noção, independente da sua idade, nível intelectual e social.

A mulher vive exclusivamente para explorar os homens, tomamos como um simples exemplo algo que até alguns homens idiotas e manipulados concordam, a chamada divisão de tarefas caseira, o homem pode passar o dia todo se mantando fisicamente ou mentalmente no trabalho e quando chega em casa avido por um descanso e relaxamento físico e mental, a mulher que quase sempre passou seu tempo seja no trabalho, seja em casa, lidando ou matando o tempo com futilidades e inutilidades, como é praxe das mulheres, elas ainda querem e reclamam quando o otário Beta-provedor não vai logo para cozinha cozinhar, lavar louças, ou lavar louças, limpar a casa e cuidar de filhos, e a sociedade falso-moralista hipócrita protetora da mulher ainda apóia esse parasitismo e exploração masculina.

A mulher com sua presunção e pretensão ilusória, aliada aos privilégios regalias vantagens benefícios e benesses que lhes são dados a cada dia, principalmente em direitos mas sem a respectiva cobrança de responsabilidade e de deveres, ela se aproveita disso e já vem abusando da sua condição de mulher a muito tempo, só que sua estupidez é tão grande que elas acumularam tantos privilégios regalias vantagens benefícios e benesses, como por exemplo ser tratadas como crianças mimadas demais e carentes de atenção, ou adolescentes inconsequentes e irresponsáveis, além de está sempre imune e impune para agir principalmente contra os homens, que estes começaram a cada vez mais se afastar literalmente delas por receio de se tornar mais uma vítima das armações, do oportunismo canalha, da exploração e da manipulação psico-emocional delas, como a mulher é um ser fraco e inseguro emocionalmente, incapaz de sobreviver sem a presença de um homem por perto seja para elas explorar, chantagear e querer ser tratada como centro do universo, assim como para segurar sua fraqueza, suportar sua instabilidade emocional e lhe servir como porto seguro em todos os sentidos, logo começou a bater o desespero na mulher já que só ela não é nada e só com a companhia de outra mulher é o mesmo que nada, afinal nenhuma mulher é capaz de substituir um homem e sua presença, e não só na questão financeira como também física moral psicológica emocional e intelectual, e claro também sexual, pela extrema dependência total da mulher com relação ao homem da satisfação a reprodução tão desejada pela mulher.

Diferente do homem que ninguém prioriza a beleza física quando olha, a mulher incontestavelmente é a beleza física que se busca até porque não existe outro motivo que possa chamar atenção na mulher, e quando a mulher não tem esse requisito, priorizado inclusive por outras mulheres quando olha, ninguém merece.

A mulher tem uma compulsão por se vender como mercadoria especialmente do sexo, não é por acaso que a prostituição é a profissão considerada mais antiga, aqui não se questiona o direito que a mulher tem de fazer o que quiser com seu corpo, mas se pode questionar a hipocrisia falso-moralista que cerca esse direito dela, como a exigência de respeito ao que elas próprias não tem que é seu corpo usado como isca para atrair olhares e interessados e depois que a internet e as redes social se tornaram um gigantesco "catálogo virtual" da prostituição feminina, que vai do Instagram, TikTok, Kwai e Facebook, ao onlyfans Tinder e outras. O fato é que, tudo que está na prateleira exposta a venda como mercadoria é para ser comprado e feito o que o freguês ou cliente desejar.


A maioria dos homens que tem ciúmes da mulher é por, consciente ou não, não confiar nas mulheres, já as mulheres que tem ciúmes do homem não é por não confiar nele é por pura insegurança delas, até porque a insegurança é uma das características das mulheres, mesmo que obviamente haja excessões tanto por parte deles os chamados Beta, quanto por parte delas.


sábado, 3 de fevereiro de 2024

A AUTODESTRUIÇÃO DA ESQUERDA CONTAMINADA PELO LULISMO

 IELA. INSTITUTO DE ESTUDOS LATINO-AMERICANOS

Universidade Federal de Santa Catarina

A AUTODESTRUIÇÃO DA ESQUERDA CONTAMINADA PELO LULISMO

Por IELA em 21 de maio de 2018

Influenciados pelas artimanhas do lulismo, vários segmentos da esquerda perderam, nos últimos anos, a própria capacidade de leitura crítica da realidade, abriram mão da independência política e embarcaram em processo suicida cada vez mais distanciado das classes trabalhadoras, do povo, da sociedade e do potencial de militância de esquerda latente na juventude brasileira. O mergulho equivocado no discurso fantasioso da direção petista fragilizou projetos autônomos e diferenciados de afirmação da esquerda partidária e social e conduziu boa parte desse campo político-ideológico a uma situação de subordinação cega a agrupamento que beira o messianismo. Como é possível que parcela da esquerda tenha perdido o fio condutor da racionalidade e da história? 

Sem desprezar o mérito de análises mais amplas e detalhadas da conjuntura econômica mundial, da crise do modelo neoliberal e das inúmeras mutações do capitalismo no jogo internacional, que está a exigir, permanentemente, apuradas e eficientes estratégias na luta de classes, interessa concentrar a presente avaliação nos marcos da luta política no interior do Estado-Nação, aos acontecimentos locais que estão mudando a face do Brasil no decorrer desse início de século 21, entre os quais importa destacar: 

1 – A eleição de Lula em 2002 com empresário como vice e a Carta ao Povo Brasileiro 

Após ser derrotado em três disputas eleitorais para a presidência da República (1989, 94 e 98), Lula enfrentou a campanha de 2002 com várias mudanças significativas, desde a aliança com partidos tradicionais da direita, a inclusão de grande empresário mineiro (José Alencar) na chapa, o discurso do “Lulinha Paz e Amor” para agradar as classes médias, o apoio de oligarquias do Nordeste e de parcela da elite industrial paulista e, claro, a surpreendente Carta ao Povo Brasileiro, elaborada com aval da Odebrecht, família Marinho e banqueiros, selando o compromisso do lulismo com o modelo neoliberal e o jogo do mercado.  

Era tudo o que os bancos e setores rentistas queriam. Evidentemente, o Lula de 2002 não tinha mais nada a ver com o Lula de 1989, o lulismo já tinha o controle quase absoluto do partido e várias correntes e militantes de esquerda já haviam sido empurrados para fora do PT. É o caso dos petistas que constituíram o PSTU, o PCO e outras organizações. 

Opção: O papel da esquerda era ganhar a eleição a qualquer preço ou continuar defendendo suas propostas até conquistar a população e acumular forças para realizar mudanças estruturais no país? 

2 – O escandaloso esquema do “mensalão” com compra de votos no Congresso Nacional 

O primeiro governo Lula, considerado “em disputa” por vários analistas no campo da esquerda, rapidamente trilhou o caminho do oportunismo e do fisiologismo :   decidiu fazer reforma da previdência contra os interesses dos trabalhadores, o que provocou a expulsão de parlamentares fiéis ao programa partidário, os quais caminharam para a construção do PSOL; abandonou a proposta original do programa Fome Zero, que previa a adoção de reformas estruturais, para lançar o programa Bolsa Família, tipicamente assistencialista e que até hoje não livrou importante parcela da população da reiterada exclusão econômica e social; descartou o projeto de reforma agrária coordenado por Plínio de Arruda Sampaio, que previa o assentamento de 1 milhão de famílias e mudanças profundas na estrutura fundiária do país, para aderir ao projeto do agronegócio, que gera violência no campo, concentra a terra e é profundamente danoso ao meio ambiente. Vale lembrar que o número de assentamentos no governo Lula ficou abaixo do que foi realizado no governo anterior de Fernando Henrique Cardoso e que o MST manteve a combatividade durante a maior parte do governo Lula e foi tratado friamente como movimento de oposição.  

Além disso, o lulismo enfiou-se na lama com desvios de recursos públicos e captação de propinas para comprar parlamentares no Congresso Nacional, notadamente do PTB de Roberto Jefferson, do PP de Paulo Maluf e do PR de Waldemar Costa Neto, entre outros. O escândalo do “mensalão” abalou o governo Lula, que jogou toda a encrenca nas costas de José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Sílvio Pereira. Embora seja difícil de acreditar que o “dono” do partido e presidente da República não tivesse conhecimento do esquema, o fato é que setores da burguesia, da grande imprensa, da indústria e do sistema financeiro decidiram preservar Lula como a solução “menos pior” naquele momento, o que o deixou o lulismo mais enredado com os grupos econômicos e políticos tradicionais. Ganhou a eleição de 2006 com arco mais amplo de alianças à direita. 

Opção: O papel da esquerda era insistir no projeto de conciliação proposto pelo lulismo ou construir oposição séria e firme ao neoliberalismo, às velhas oligarquias e ao conservadorismo de direita? 

3 – O sucesso popular das medidas sociais efêmeras do governo petista 

O governo Lula aproveitou a maré econômica favorável com crescimento puxado pela China, expansão do mercado internacional de commodities e razoável equilíbrio fiscal para adotar medidas de grande significado popular, como o reajuste do salário mínimo acima da inflação e a massificação do programa Bolsa Família, que foram responsáveis pelo aumento do poder aquisitivo na base da pirâmide social e grande expansão do consumo, também estimulado por crédito farto oferecido por agentes financeiros públicos e privados a juros extorsivos.  

Os investimentos em obras de infraestrutura, repasses de recursos públicos para os sistemas de saúde e de educação privados (ProUni e FIES nas universidades particulares), isenções fiscais e desonerações de vários setores industriais – foram medidas que contribuíram transitoriamente para diminuir a miséria, a desnutrição e também criar expectativa favorável ao início de nova era de bem-estar no país. Lula surfou na onda do “ganha-ganha” (ganham os pobres e ganham os ricos), quando boa parte da sociedade embarcou na ilusão de um mundo sem perdas, com superação dos conflitos sociais, a domesticação dos sindicatos e o isolamento de movimentos populares mais combativos.  

Lula terminou o segundo mandato com índice de aprovação de 83%, elegeu seu “poste” Dilma Rousseff em 2010, impôs o vice Michel Temer (MDB) na chapa presidencial e deixou o governo fortalecido por amplo leque de partidos tradicionais, fisiológicos e de direita, desde o PP de Maluf, o PRB da Igreja Universal, o MDB de José Sarney, Eduardo Cunha, Romero Jucá, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Sérgio Cabral, e mais uma dúzia de legendas de aluguel. Vale lembrar que o esquema de propinas via diretorias da Petrobras já estava funcionando a todo vapor, abastecendo políticos e os caixas de pelo menos três partidos: PP, MDB e PT.  

Opção: O papel da esquerda era silenciar e ficar conivente com a euforia temporária de inclusão sem consistência ou adotar postura crítica contra a ilusória redução das desigualdades? 

4 – A gestão Dilma Rousseff e a explosão de insatisfação geral de junho de 2013. 

O sonho de um Brasil próspero, de bem-estar generalizado com renda alta, empregabilidade e paz social, acabou nos primeiros anos do governo Dilma. Primeiro porque a economia mundial patinou na estagnação ainda decorrente da crise de 2008, a China reduziu o ritmo de crescimento e as commodities nacionais perderam espaço no mercado global. Os capitais trataram de buscar portos mais seguros. Segundo porque, de um lado a política de “desonerações” desencadeou enorme queda da arrecadação federal, nos estados e municípios, com aumento da desordem fiscal, inadimplência e quebradeira; e, de outro lado, porque o caixa do BNDES, que durante anos foi usado para alavancar alguns poucos e seletos grupos privados (entre os quais as chamadas “empresas campeãs” da JBS e de Eike Batista), perdeu a capacidade de fomentar a economia via Estado, depois de ter queimado investimentos em projetos questionáveis para o desenvolvimento nacional, como o financiamento da compra de frigoríficos nos Estados Unidos (JBS), obras de estradas, portos e aeroportos em países da América Latina e da África (Odebrecht, OAS, Camargo Correa etc.), os quais não renderam empregos no Brasil e ainda estão com dívidas junto ao BNDES e ao tesouro nacional.  

Foi quando começou o tiroteio generalizado para ver quem iria pagar pela crise. Só mesmo o séquito de Brasília não percebeu as consequências negativas de tais políticas governamentais para a queda do padrão de vida das pessoas e o aumento acelerado do descontentamento. No final de 2012 e início de 2013 já se percebia, nos grandes centros urbanos do país, os primeiros ensaios das grandes manifestações que ocorreram em junho de 2013 – quando, ficou claro e patente, que a política de conciliação promovida pelo lulismo estava com os dias contados, que a explosão de insatisfação revogava o monopólio do PT sobre as manifestações de rua e, mais do que isso, que o modelo adotado pelo lulismo gerou enorme frustração não apenas nas classes médias, mas também na juventude, no operariado e em segmentos populares. 

Vale lembrar que nesse período, de 2011 a 2013, o ex-presidente estava empenhado em viagens pela América Latina e países da África, nos jatinhos da Odebrecht e Camargo Corrêa (os registros da Infraero, depoimentos de pilotos das aeronaves e de diretores das empreiteiras podem atestar todos os voos e destinos), fazendo lobby para obras financiadas pelo BNDES, enquanto recebia vultosas doações para o Instituto Lula e pagamentos para a empresa de palestras LILS , além de curtir merecido descanso no sítio de Atibaia. 

Sobre a efervescência política e o quadro de crise, o governo Dilma tratou de enrolar o país com promessas evasivas e medidas jamais colocadas em prática, entre as quais a realização de suposto plebiscito para a reforma política. O PT, através de seus movimentos sociais, conseguiu conter parte da rebeldia. A esquerda não soube dar direção ao movimento das ruas, a grande imprensa criminalizou/fantasiou os Black Blocs e o governo Dilma retomou a frágil governabilidade com inúmeras concessões – ao empresariado (mais isenções fiscais), aos banqueiros (elevação dos juros), ao agronegócio (anistia e refinanciamento de dívidas) e aos políticos (benesses nas emendas de deputados e senadores) – até as eleições de 2014. 

O lulismo tratou de caracterizar as manifestações de 2013 como “coisa da direita”, estimulada pela grande mídia e pelo “imperialismo”. É o que Lula afirma até hoje sobre as jornadas de 2013. 

Opção: O papel da esquerda era desconsiderar o grau de insatisfação da população, inclusive das classes médias, ou aprofundar a crítica ao lulismo e ao governo Dilma com ampliação e organização dos trabalhadores e dos movimentos sociais? 

5 – A fraude eleitoral de 2014 e a rendição ao ajuste neoliberal 

A eleição de 2014 foi, provavelmente, a mais suja do período pós-ditadura militar. Não só pela quantidade de dinheiro colocada nas campanhas dos principais candidatos, mas pelo baixo nível dos ataques pessoais nas redes sociais, a montagem de agências de mentiras e intrigas e a ausência de debate sobre os reais problemas do país. O que vigorou foi um jogo sórdido de armações sem precedentes. Os eleitores foram enganados em todos os sentidos, tanto no discurso da situação (Dilma negava qualquer problema econômico e social) como no discurso da oposição (Aécio negava qualquer medida restritiva contra projetos sociais). As campanhas mais honestas de Marina Silva, então no PSB, e de Luciana Genro, do PSOL, não chegaram ao segundo turno. Dilma foi eleita com apoio de apenas 38% do eleitorado, a maioria ficou na oposição, no voto em branco, no voto nulo e na abstenção.  

A fraude foi consumada nas primeiras semanas após o segundo turno, quando a presidente reeleita interferiu no câmbio, aprovou os cortes de benefícios sociais e colocou no Ministério da Fazenda o vice-diretor do Bradesco, Joaquim Levy, conhecido economista neoliberal e defensor de medidas ortodoxas de austeridade. Ou seja, Dilma ganhou com discurso contrário ao de Aécio, mas logo depois das eleições assumiu o programa de Aécio, fortemente bombardeado pela esquerda no processo eleitoral. Em pouco tempo, no final de 2014 e primeiros meses de 2015, a base de sustentação de Dilma (38% do eleitorado) ficou reduzida a pó.  

A situação dela se complicou ainda mais porque tentou assumir o controle da Câmara dos Deputados com candidato do PT contra a articulação do MDB, que tinha maior número de parlamentares e amplo apoio no leque partidário mais conservador, o qual, diga-se de passagem, foi eleito em aliança com o PT e com recursos financeiros captados ilicitamente nos governos do PT.  

Vale lembrar que no processo eleitoral o PT deu muita força à Rede Record, da Igreja Universal, e a vários grupos evangélicos extremamente conservadores, como contraponto às correntes influenciadas pela Teologia da Libertação mais críticas e identificadas com os movimentos sociais e partidos de esquerda. Ou seja, o lulismo construiu a sua própria forca na traição aos eleitores, com a mudança radical de programa econômico e no racha com a articulação do aliado Eduardo Cunha, do MDB. Mais uma vez, vale lembrar, foi Lula quem impôs o nome de Michel Temer para compor a chapa com Dilma.  

Todos eles, na comemoração eleitoral de 2014, estavam felizes com a continuidade de um esquema bem sucedido desde os idos do “mensalão”. Vale lembrar, também, que o bispo Edir Macedo foi o único “capo” da grande mídia a comparecer ao beija-mão de Dilma no dia 1º de janeiro de 2015. Parece fácil e cômodo dizer que as manifestações pelo impeachment eram coisa de “coxinhas” da classe média, da direita, fomentada pela TV Globo, pela FIESP e pelo imperialismo dos Estados Unidos.  

Pode ter tudo isso mesmo, mas bem antes disso algo já estava errado não no campo conservador e de direita, mas especialmente na conduta política e ética do lulismo e no fracasso das políticas sociais precárias, no fim do projeto de conciliação e na incompetência política e econômica dos governos Dilma. Não é por acaso que em tais governos tenham crescido a direita e o conservadorismo, e que nesses governos tiveram destaques figuras como José Sarney, Edison Lobão, Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima etc. 

Opção: O papel da esquerda era incorporar o discurso vitimista do lulismo contra o racha da aliança PT-PMDB ou denunciar o caráter fisiológico e conservador da aliança que governou o Brasil durante 13 anos? 

Em meio ao desgaste e esgotamento do projeto de poder do lulismo, dessa vez, ao contrário do que tinha ocorrido em operações anteriores em casos escabrosos de corrupção (Banestado – 2003; Satiagraha – 2008; Castelo de Areia – 2009), a nova força-tarefa (integrada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Judiciário Federal, Receita Federal) teve o cuidado de dar cada passo nos limites dos novos recursos legais disponíveis e com ampla exposição na mídia, de maneira a evitar que tais ações fossem invalidadas ou arquivadas nas instâncias superiores.  

O grande avanço em relação às operações anteriores é que uma lei de 2013, sancionada pela presidente Dilma, possibilitou a utilização de colaborações (delações) premiadas como forma de negociar benefícios aos criminosos confessos que revelassem os crimes de outros participantes nos esquemas de corrupção.  

O lulismo tratou de espalhar a versão de perseguição política ao governo Dilma e ao PT. Mais adiante ampliou a versão de perseguição ao Lula, tornado candidato do PT, e aos políticos em geral. Mas, na verdade, Lula jamais deram respostas minimamente convincentes aos crimes denunciados. Que a direita pratique corrupção é a praxe no Brasil, mas que o PT tenha se envolvido foi algo muito mais danoso ao processo político, na medida em que frustrou a esperança de milhões de trabalhadores e destruiu a credibilidade pública de vários segmentos da sociedade.

Em 2015, com as grandes manifestações contra o governo Dilma, com foco no impeachment da presidente reeleita, o PT conseguiu arrastar alguns setores da esquerda (partidos, movimentos sociais, entidades de classe etc.) na defesa do seu projeto contra o ataque de instituições da República e do conservadorismo de direita. No final do ano o lulismo sentiu o estrago provocado por seus próprios erros, em especial sobre a aliança com o MDB de Eduardo Cunha e de Michel Temer. O primeiro porque comandou o processo de impeachment na Câmara dos Deputados e o segundo porque traiu a coligação, a presidente Dilma, o PT e principalmente o lulismo, que havia colocado Michel Temer na linha da sucessão presidencial.  

Ao sentir a barra pesada, o desastre acelerado em 2016 e 2017, o lulismo criou nova história para a sua própria trajetória: 

1º) diante do impeachment, apelou para partidos e movimentos de esquerda, que há muito tempo não tinham relações com o lulismo, em busca de unidade emergencial sob a alegação de que todos estavam ameaçados pelos “golpistas” e “fascistas”;  

2º) diante da iminência de Lula se tornar inelegível, por causa da Lei da Ficha Limpa, e da própria prisão do ex-presidente, o lulismo tratou de sensibilizar a sua militância e outros setores da sociedade com foco nas eleições (Eleição sem Lula é fraude), na democracia (Direito de Lula ser candidato) e na liberdade (Lula livre), de maneira que os erros do lulismo, o fracassado governo Dilma, os escândalos da Petrobras, os processos e condenações por corrupção, caíssem rapidamente no esquecimento da população.  

3°)Com um batalhão de advogados e fortíssimo esquema de comunicação nas redes sociais, o lulismo tratou de atacar. Tais ações visam principalmente desqualificar todas as forças políticas que se opõem ao lulismo, ao PT e às manobras de impunidade pelos crimes de corrupção; tratam de rotular e estigmatizar todo mundo como sendo “golpista” e “fascista”. Não é só a direita que critica o lulismo e o PT, mas também os liberais, os socialdemocratas, os anarquistas, os autonomistas, pessoas sem definição político-ideológica e muita gente da esquerda socialista e comunista.  

Ao mesmo tempo em que consegue sensibilizar com discursos cada vez mais emocionais e messiânicos, o lulismo também estimula forte oposição ao PT e a seus novos e velhos aliados, contribui para a radicalização das posições e embaralha um processo eleitoral que poderia (poderia?) ter conteúdo renovador e promissor para a esquerda se não fosse a figura emblemática de Lula, que está preso, condenado, inelegível, mas ainda assim interfere no processo eleitoral não para liderar um projeto de Nação, mas para tentar salvar a própria pele; não para superar todo o estrago feito por seu aliado Michel Temer, mas para restaurar a velha ordem de alianças com as oligarquias políticas que participaram dos governos Lula e Dilma.  

O que o lulismo propõe que não seja restabelecer a “harmoniosa conciliação” de antes da Lava Jato e da traição de Cunha e Temer? 

Opção: O papel da esquerda é reforçar o lulismo como salvação do Brasil ou retomar o debate de luta anticapitalista e de sociedade justa, igualitária, livre e democrática? 

4 – A fase mística do lulismo aprisiona a esquerda no processo eleitoral de 2018 

Depois do fracassado projeto de conciliação de classes, da explosão de insatisfação da população, do impeachment de Dilma, do envolvimento da cúpula do lulismo – junto com seus aliados da direita – nas bandalheiras da Petrobras, BNDES, CEF, fundos de pensão etc., era de se esperar que o PT fizesse um processo de autocrítica, avaliasse seus erros e desvios e promovesse uma renovação geral de seu programa e de seus quadros dirigentes. Nada disso foi feito. Ao contrário, subordinado ao lulismo, o PT insiste que foi vítima de golpe, é vítima de perseguição, é vítima do fascismo – e se contrapõe a tudo isso com o martírio em praça pública de sua maior liderança, que não seria mais um ser humano, mas um mito no patamar de Tiradentes, Mandela, Gandhi, Luther King e Jesus Cristo.  

A derradeira exortação de messianismo ativa o emocional das massas, clama pelo fanatismo, abandona em definitivo qualquer expectativa de projeto político construído coletivamente com a elevação das consciências, análise crítica e dialética, baseada na correlação de forças e na conjuntura; mas, ao contrário, o discurso do lulismo se atém na profissão de fé contra todas as evidências da realidade. Como tal fanfarronice mesclada na mística religiosa e dosada pelo egocentrismo pode contribuir para a caminhada da esquerda? O que pretende? Que a salvação virá pelo sacrifício humano transposto à condição divina? O que sobra de reflexão e de proposta política a esses setores da esquerda que ficaram atolados nos escombros do lulismo? Como sair da arapuca para retomar ao Projeto de Nação? Com quais princípios e valores a esquerda se apresenta para a sociedade brasileira? 

A essa altura dos acontecimentos, com todas as informações disponíveis, parece sem sentido que algum cidadão ou cidadã ainda consiga aceitar que o ex-presidente Lula e seu grupo dentro do PT não tenham responsabilidades sobre os inúmeros erros políticos e gravíssimos desvios éticos praticados pelo lulismo. Querer inverter os fatos e esconder a verdade é manobra que atenta contra a inteligência dos brasileiros.  

Ninguém com alguma dose de sensatez, conhecimento e consciência aceita mais o cinismo desenfreado e egocêntrico do lulismo, que jogou o PT numa arapuca desastrosa (vide eleições de 2016), tenta imobilizar o jogo político-eleitoral de 2018 e ainda quer arrastar toda a esquerda – movimentos sociais e partidos – para a marcha delirante da autodestruição. O que sobrará além da ladainha dos beatos? 

Opção: o papel da esquerda é fazer coro ao lulismo durante o processo eleitoral ou disputar as eleições com propostas próprias e independentes, expondo visão crítica sobre o lulismo e a direita? 

9 – O que não dá para esquecer sobre a trajetória do lulismo 

O lulismo entregou para a direita, seguidamente, várias bandeiras que já foram empunhadas pela esquerda, entre as quais a bandeira da ética na política, a bandeira do combate à corrupção e a bandeira da luta contra a impunidade – em particular a impunidade aos ricos e poderosos praticantes dos crimes do colarinho branco, como a sonegação fiscal, evasão de divisas, desvio do dinheiro público e as várias formas da corrupção. E como o lulismo deixou de atuar nessas questões, transferiu para o conjunto da esquerda a visão equivocada de que lutar por ética, contra a corrupção e a impunidade é coisa da direita, de “coxinhas” e da elite. Por isso mesmo tanta gente comprometida politicamente com a esquerda não se manifesta contra as bandalheiras comprovadamente praticadas pelo lulismo. Temem ser chamados de “golpistas”.  

A verdade é que o lulismo em nada contribui para o avanço da esquerda. Ao contrário, só atrapalha. A esquerda patina há muitos anos por obra da contaminação do lulismo, que empata a luta, impede o livre debate e anula o surgimento de novos protagonistas e novas lideranças. Não se trata de uma questão de fé, mas de racionalidade e consciência das pessoas. Em entrevista recente para a Folha de S. Paulo, em 02/05/2018, o pensador de esquerda Noam Chomsky voltou a lembrar o que nos incomoda há vários anos. Disse ele: “a esquerda deveria fazer uma autocrítica, pensar nas oportunidades que foram desperdiçadas porque sucumbiu à corrupção”. 

Enquanto isso não acontece, vale recordar o que não pode ser esquecido sobre o lulismo: 

1)    Desde a campanha eleitoral de 2002, e nas disputas municipais e estaduais, o lulismo sempre optou em alianças com a direita e pelo isolamento da esquerda. 2)    O lulismo combateu e expulsou as correntes de esquerda do PT, além de ter atuado para enfraquecer os movimentos sociais e o sindicalismo combativo em seus governos. 3)    Os governos Lula e Dilma abandonaram os programas de reforma agrária e fortaleceram muito mais o agronegócio do que a agricultura familiar. 4)    Os governos Lula e Dilma não demarcaram as reservas dos povos indígenas e deixaram de regularizar milhares de áreas dos quilombolas . 5)    Os governos Lula e Dilma aprovaram inúmeras obras altamente danosas ao meio ambiente, inclusive as centrais hidro-eléctricas de Belo Monte e no rio Madeira. 6)    Os governos Lula e Dilma mantiveram as taxas de juros sempre acima de 7,5% e cortaram verbas sociais para pagamento da dívida pública aos banqueiros e rentistas. 7)    Os governos Lula e Dilma promoveram ampla “desoneração” (isenção de impostos) dos grandes grupos empresariais com enorme desfalque aos cofres públicos. 8)    Os governos Lula e Dilma fizeram reforma da previdência danosa aos trabalhadores e cortaram benefícios sociais (auxílio saúde, salário desemprego etc.) dos mais pobres. 9)    Os governos Lula e Dilma não reajustaram no mesmo nível da inflação as faixas de pagamento do imposto de renda [NR] , o que retirou recursos dos trabalhadores e dos assalariados em geral. 10)    Os governos Lula e Dilma usaram milhares de milhões de recursos públicos do BNDES para financiar obras em outros países, que favoreceram as grandes empreiteiras e deixaram de gerar empregos no Brasil.  

[NR] Imposto sobre o rendimento. No Brasil chamam de “renda” a quaisquer rendimentos, não apenas os dos rentistas.