“SOU ANTI!”

NÃO ME PERGUNTE, PORQUE AMO OS ANIMAIS? SE FINGIR NÃO SABER OS MOTIVOS, ME PERGUNTE PORQUE ODEIO OS HUMANOS! - SOU ANTI, SOU UM SER RACIONAL PENSANTE E LIVRE, POR ISSO SOU ANTI, SOU ANTI SISTEMA DOMINANTE, SOU ANTI ESTADO E SUAS LEIS SOU ANTI INSTITUIÇÕES OFICIAIS, SOU ANTI PATRIOTISMO E NACIONALISMO, POIS SÓ SERVEM PARA EXALTAR UMA PSEUDA PÁTRIA SUA, SOU ANTI POLÍTICA PARTIDÁRIA E O CÂNCER QUE ESSA REPRESENTA, SOU ANTI O VOTO POLÍTICO PARTIDÁRIO E A FARSA DA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA QUE ELE “VENDE” SOU ANTI A FARSA QUE É A TAL DA DEMOCRACIA ENQUANTO REGIME, PELAS FALÁCIAS QUE “VENDE” E POR REPRESENTAR UM GOVERNO. SOU ANTI CRENÇAS DE FÉ RELIGIOSAS SEU DEUS ASSIM COMO AS MÍSTICAS, SOU ANTI CONCEITOS FALSOS DE VALORES, SOU ANTI SOCIEDADE E SUAS AMARRAS OU “CABRESTOS” MORAL, QUASE SEMPRE FALSO MORALISTA, SOU ANTI POLÍCIA E TUDO QUE ESSA REPRESENTA, OPRESSÃO, COVARDIA, DISCRIMINAÇÃO, PERSEGUIÇÃO ETC, SOU TOTALMENTE ANTI MODISMOS. SOU ANTI! POIS SOU UM SER RACIONAL MAS PENSANTE!!! - A FARSA DA VIDA - "FARSA, A VIDA É UMA GRANDE FARSA, MAS QUEM DISSE QUE NÃO É, COMO NEGAR! SIMPLES SENDO MAIS UM FARSANTE."

sábado, 11 de outubro de 2025

Em vez de verbas para a vida, a promoção da morte

 Matéria Publicada por Ponte Jornalismo 11/10/2025

Recentemente, os servidores públicos da Saúde do Estado de São Paulo ouviram do governo de Tarcísio de Freitas que não havia verba para reajuste de salários e do vale refeição. Mas quando nosso repórter Paulo Batistella foi dar uma olhada no orçamento viu que para a polícia o dinheiro estava jorrando muito bem, obrigada. A Polícia Militar recebeu R$ 829 milhões em bônus por resultados, de acordo com o levantamento do meu colega. Esse valor é 367 vezes maior do que o bônus já cedido à Saúde em todo o mandato de Tarcísio (R$ 2,3 milhões) e quase equivalente ao PIB do Estado de Minas Gerais em 2024.

Cito aqui um exemplo desenhado pelo Paulo em sua reportagem: “Em um cenário hipotético no qual o governador tivesse repartido os gastos com bonificação de modo equivalente à representatividade de cada órgão, a PM-SP teria recebido R$ 399 milhões a menos. Já os servidores da Saúde teriam tido direito a R$ 235 milhões a mais no mandato de Tarcísio”.

E não se engane, , esse tal bônus por resultados para os policiais sequer leva em conta pontos como o combate a crimes como tráfico de drogas, estupro, estelionato, sequestro, desaparecimento forçado, lesão corporal seguida de morte e posse ilegal de arma de fogo, entre outros .E você pode imaginar que muito menos a diminuição da letalidade policial. Como se a coisa não pudesse piorar, as metas são definidas DEPOIS do prazo para batê-las. Para resumir: a PM de São Paulo recebe um bônus cuja meta é decidida depois do período que deveria ser alcançada. Um campo livre para se observar os resultados obtidos e estabelecer que a meta foi alcançada. 

Há quem exalte e defenda a polícia em nossas redes sociais (geralmente nos acusando de defender bandido) como se fossem responsáveis por grandes feitos heroicos dignos de tornarem-se lendas na mitologia contemporânea. Mas quem sempre tem estado na linha de frente em batalhas contra vírus, bactérias e toda sorte de doenças e fake news absurdas são os 45 mil funcionários públicos da Saúde. Quem lega à população um serviço de defesa da vida é a saúde. A pandemia foi a prova cabal e isso deveria ser mais do que suficiente para que os profissionais da saúde pública fossem recompensados. Entretanto, não houve nenhum pagamento de bônus pelo trabalho na pandemia. Mas a polícia – em um período que teve pouco a combater durante o período de lockdown – recebeu seu bônus na conta, graças aos governos Dória e Tarcísio. 

Atualmente, acompanhamos o aumento dos casos de intoxicações por metanol em bebidas destiladas. Ao retornar do seu passeio por Brasília, o governador comemorou que a Coca Cola não está na lista (e literalmente disse que ficaria preocupado se isso acontecesse por ser consumidor de tal iguaria) e descartou participação do PCC como se fosse um enorme absurdo que uma estrutura organizada em termos logísticos e financeiros esteja por trás disso. 

Talvez achem que o grande responsável pela crise seja o alambique do Seu Zé (sim, contém ironia) em São Judas para lá das botas. Isso não é algo que tirei dos meus neurônios cansados (bem, a parte do Seu Zé sim), mas foi dito pelo senhor secretário de Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite: “[...] o crime organizado no Brasil, em São Paulo, tem por objetivo principal o lucro, e esse lucro é exponencial no tráfico de drogas. Na questão da bebida, é infinitamente inferior. Porque uma organização criminosa que lucra exponencialmente com tráfico de pasta base de cocaína, inclusive com o tráfico internacional, iria migrar para um negócio muito menos rentável?”. Como se o crime organizado não diversificasse suas receitas para lavar dinheiro ou coisa do gênero. 

Enquanto a polícia tenta fazer um trabalho de inteligência para resolver esse caso, a saúde pública busca aumentar os estoques de antídotos e fiscalização de bares, além do trabalho de conscientização e cuidado com quem precisa. Sim, os mesmíssimo profissionais para quem o governo estadual disse que não há dinheiro nem para bônus, nem para reajuste e muito menos para elevar o vale refeição para além dos atuais R$ 12. E aqui faço um pequeno parêntesis (sim, mais um) para dizer: Intoxicação por metanol em bebida adulterada não é algo que começou ontem, provavelmente. A diferença é que agora é a boa gente diferenciada que frequenta bares nos Jardins que tem sido atingida. 

Além do governador usar o bônus com viés político para sua base eleitoral, essa diferenciação no tratamento financeiro entre categorias de servidores também demonstra, mais uma vez, que a política adotada é a da morte. Para a surpresa de um total de zero pessoas que acompanham segurança pública em São Paulo. 

Os Fóruns Populares de Segurança Pública – sobre os quais falamos no especial A segurança é pública – e os movimentos de mulheres negras apontam há anos que o caminho para tudo é a busca pelo bem-viver, até dentro da segurança pública. Políticas de promoção da vida e garantia de direitos humanos básicos podem ser saídas melhores do que o medo, a bala e a violência impostos à maioria invisibilizada da população. Valorizar servidores é valorizar serviço público de qualidade. Não apenas uma categoria, mas aquelas responsáveis por manter a vida, a saúde, a educação e o bem-viver da população paulista e também brasileira. 

Jéssica Santos 

Editora de Relacionamento de PONTE JORNALISMO 

Que o nível moral, ético, cultural e intelectual dos políticos e governantes revela quem é um povo disso não se tem a menor dúvida, políticos e governantes corruptos e ladrões, mentirosos e hipócritas, demagogos e cínicos, ignóbeis e energúmenos, canalhas, cafajestes e calhordas e etc, reflete perfeitamente o caráter ou a total falta dessa virtude, no povo, afinal nenhum indivíduo ou povo, elege políticos e governantes com os quais não se identifica, só com os que se identifica e o tem como seu alter ego ou seu outro. Portanto quer conhecer um indivíduo, um povo ou uma nação é muito simples basta ver quem são os políticos e governantes que ele votou ou elegeu, nem precisa ouvir suas justificativas ou desculpas!


As crenças religiosas ainda serão responsáveis por mais genocídios, extermínios, guerras e caos no mundo

Se as crenças de fé religiosa e místicas já representa o maior atraso na evolução da racionalidade humana as crenças religiosas monoteístas e pior ainda as fundamentalistas como o islamismo e o judaísmo ortodoxos, e se em nome de Deus as religiões são os maiores responsáveis pela matança na história da humanidade, com genocídios, extermínios, guerras etc, inclusive ultrapassando todas as guerras, mais todos os genocídios e extermínios promovidos pelos ditadores sanguinários ao longo da história humana. 

O que se nota é um constante aprofundamento e radicalismo destas religiões fundamentalistas que poderá levar a espécie humana a um retrocesso racional ainda maior que o já imposto pelas crenças religiosas até hoje, e do radicalismo fundamentalista ao caos total, aprofundando conflitos como nunca visto antes, é só um passo. 

As agressões de Israel contra povos árabes e os iranianos sob pretextos de autodefesa, povos de maioria esmagadora mulçumano, principalmente pela certeza de sua impunidade pela proteção que tem dos Estados Unidos e de grande parte da Europa, certamente chegara a um ponto que grande parte das nações árabes, por saber que Israel é a grande ameaça a existência deles árabes, resolvam fazer o que já deveriam ter feito a muito tempo, que é deixar suas diferenças e egoísmo de lado e se unirem, também pelo fato de todos serem mulçumanos, e assim formar uma força bélica militar conjunta considerável capaz de destruir Israel, mesmo Israel contando com apóio incondicional e irrestrito americano, já que sozinho o filhinho bastardo, mimado e inconsequente dos Estados Unidos, sabe que sozinho ele jamais seria páreo para uma coalizão árabe-persa, até pelo tamanho diminuto do território israelense que facilita sua destruição sob um ataque massivo e isso foi o que mostrou os ataques iraniano revidando as agressões israelense. 

Se no passado o ponto nevrálgico do radicalismo religioso foi a Europa com a infame e maldita inquisição religiosa promovida pela igreja. Desde a criação, pós-guerra por imposição das potências ocidentais, na criação do estado judeu-sionista no meio e em território árabe-palestino, esse se tornou o ponto nevrálgico e explosivo dos conflitos ideológico e religiosos, até porque judeus e mulçumanos são as crenças religiosas mais fundamentalistas e radicais que existem e onde o que predomina não é a razão mas sim a insanidade religiosa. 

A explosão de um conflito bélico sem precedentes nessa região já é quase certo, quando será é que ninguém sabe e depende mais de Israel do que dos árabes, Israel se acha poderoso por ter ogivas nucleares e principalmente por contar com a proteção dos Estados Unidos, e é esse excesso de confiança que leva Israel cada vez mais a agredir os árabes e isso certamente em algum momento unirá os povos árabes se não pela ideologia política mas principalmente pela necessidade de sobrevivência ainda mais pela indentidade religiosa.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Cuba enviará pelo menos 25 mil cubanos para se tornar "carne de canhão" de Vladimir Putin na Ucrânia. Na extrema miséria e por isso precisando de qualquer jeito de dinheiro a ditadura cubana enviará dezenas de milhares de cubanos para morrer na guerra do ditador autocrata sanguinário, Vladimir Putin, em troca da proposta de 2 mil dólares de salário, que em um país onde o salário médio é de no máximo 100 dólares tentar sobreviver na guerra para receber 2 mil parece ser o eldorado para os cubanos, mesmo que isso signifique fazer uma verdadeira "roleta russa" com a vida com grande chance de se tornar cadáver na frente de batalha, como acontece com os russos e norte-coreanos que Putin envia para morrer na sua tentativa desesperada de roubar e anexar a Ucrânia. Mas a ditadura de Cuba como sempre não está preocupada com a vida dos cubanos que enviarão para morrer na guerra mas sim com os 2 mil dólares que receberá todo mês do ditador russo por cada cubano pelo serviço de "bucha de canhão" que estes farão na guerra, algo parecido foi os mais de doze mil médicos que a ditadura cubana enviou para a repúblqueta bananeira e esgoto chamado Brasil ou Bostil, para o tal "Mais Médicos" criado pelo desgoverno stalinista cleptocrata lulista, que enviava para a ditadura cubana 90% do salário de cada médico cubano pelo trabalho escravo que estes médicos fazia aqui no Bostil. Afinal para estas ditaduras e seus ditadores autocratas sanguinários, o fim justifica os meios. O fato é que as escórias invariavelmente se atraem por identificação mútua, Putin, Xi Jimping, Kim Jong-un, Maduro, Ortega, Khamenei, Miguel Dias-Canel e outros lixos, todos apoiados pelo molusco, corrupto e ladrão Stalinacio Lula da Silva, não é por acaso que estas ditaduras e ditadores autocratas sanguinários se juntam como no bloco das ditaduras fracassadas os BRICs.

 Abra o link abaixo para ver o vídeo.

https://youtu.be/UJYWKKxU-y4?si=vEn3LebnPlxkOeu-


Nem as gerações de seres acéfalos que faz do "instagado" e do infame e maldito TikTok a vitrine das suas mediocridades como a carência de atenção e auto-afirmação, estão suportando a superficialidade das estéreis redes sociais e já começam a diminuir suas postagens talvez por perceber quanto efêmero são, e até os acesso diminuíram, é o que aponta pesquisas. Facebook, Instagram, TikTok e até o YouTube, já percebem essa perda de interesse principalmente entre os indivíduos da geração Z a chamada geração inútil que antecede outra ainda mais inútil a geração alfa e assim será sucessivamente a decadência humana.

 Abra estes links para ver os vídeos.

https://youtu.be/X-8UP0rbtdw?si=eNtusBnewedVJZQO

https://youtu.be/-UCpneW_EpA?si=s6vGMUPLzHiksxut


"Como dizia Nelson Rodrigues, os idiotas dominarão o mundo não pela competência mas pela quantidade!" Nunca se disse algo tão verdadeiro como isso, e a idiocracia será o futuro, e nem tão distante, da humanidade, o mundo só não colapsara porque quem controlará tudo será a IA, pois se dependesse exclusivamente dos humanos das gerações, que inclusive já nasceram, principalmente apartir da geração Z, a sobrevivência humana estaria seriamente comprometida, afinal centenas de milhões de idiotas e imbecis ainda dá para suportar, mas bilhões e bilhões fica impossível, o caos se instala a um nível que implodiria tudo. Abra o link abaixo para entender melhor!

Abra o link abaixo para ver o vídeo.

https://youtu.be/e4Bu90DuigY?si=Dg70F34GzG6IJ0K7

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

"Todos os indivíduos, ou contribuintes, são obrigados a sustentar o estado cleptocrata, para que esse mesmo estado sustente meia dúzia de indivíduos ou parasitas sanguessugas, que tomou de assalto o estado e ainda se dizem representantes do povo, e alguns para piorar nem eleitos foram, como os parasitas sanguessugas de toga, ou do serviço público, como as instituições, autarquias, estatais etc."


A China de Xi Jimping, o Stalin chinês, esse é o exemplo de escória humana que tem não só como parceiro ou alter ego, como também o exemplo a ser copiado, que o molusco, corrupto e ladrão Stalinacio Lula da Silva, segue, admira e baba os ovos, assim como faz com Putin, Maduro, Ortega, Kim Jong-un, Cuba, Iran etc. Abra o link abaixo e veja.


https://youtu.be/d1q8EymMc_g?si=44McNOOzqoMxpRUS

Brasileiro é obcecado por ricos por 'crença ilusória' na mobilidade social, diz antropólogo que se infiltrou na elite - Alcoforado decidiu fazer uma pesquisa sobre os super-ricos quando percebeu que eles eram um grupo pouco estudado no Brasil. Michel Alcoforado

 

Crédito,Fernando Otto/BBC

Author, Rute PinaRute Pina

Role,Da BBC News Brasil em São Paulo

X, @rutepina

Em uma tarde em Genebra, na Suíça, o antropólogo Michel Alcoforado precisou aconselhar uma herdeira em crise moral. A brasileira, dona de um fundo de investimentos, se questionava se valeria a pena pagar 15 mil euros para fazer a cópia de um perfume, usado por gerações de mulheres da sua família.

Filha de um ex-banqueiro e de uma família tradicional de São Paulo, ela dizia questionar o tamanho da desigualdade social, já que poderia adquirir uma fórmula naquele valor enquanto milhares de brasileiros estão na miséria.

"Ela decide comprar porque entende que aquilo resgatava uma tradição familiar e que o cheiro ficaria marcado para ela e para seus descendentes. Eu e você, que compramos perfumes de massa, não teremos jamais essa possibilidade", diz o antropólogo.

Ele, que estuda há 15 anos a vida dos super-ricos brasileiros, diz que esse episodio é um símbolo do tamanho dos muros construídos para separar as classes sociais no país. "Isso revela uma distância enorme, até no cheiro, não só no dinheiro."

O resultado da sua pesquisa é o livro Coisa de Rico: A Vida dos Endinheirados Brasileiros (Todavia), que em dois meses de sua publicação já vendeu mais de 37 mil exemplares e está na sétima tiragem — a primeira esgotada antes mesmo do lançamento.

Aqui [no Brasil] a gente gosta de rico. Gostamos de saber dos ricos porque, de algum modo, todo mundo imagina que em algum momento ficará rico, uma crença ilusória sobre o processo de mobilidade da sociedade brasileira", afirmou em entrevista à BBC News Brasil.

Alcoforado, doutor pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e fundador da consultoria Consumoteca, ganhou o apelido de "antropólogo do luxo" ao investigar o impacto do consumo na vida dos brasileiros.

Ele defende que a régua da renda ou do patrimônio não basta para entender quem é rico no Brasil. Para o antropólogo, a riqueza no país é uma questão de performance e domínio de códigos.

Em sua pesquisa, ele ressalta que, ao contrário dos EUA, onde a ideia de riqueza está ligada à construção de um império, a elite brasileira a associa à conquista, naturalizando a própria posição de poder.

"A ideia do vocabulário da conquista traz algo fundamental para pensarmos as diferenciações de classe no Brasil: ela está muito atrelada à busca incessante por naturalizar a posição", afirma.

O antropólogo, que também é host do podcast É Tudo Culpa da Cultura e comentarista da rádio CBN, afirma que sua pesquisa trata, sobretudo, de como a desigualdade social brasileira é mantida e reproduzida.

BBC News Brasil - No momento em que a ascensão da classe C ganhava muito destaque nos jornais, os super-ricos também cresceram. Por que estudar também as elites?

Michel Alcoforado - Tem um aspecto interessante quando olhamos para a história da desigualdade social brasileira: em todos os momentos — seja durante os governos petistas, a ditadura militar ou a revolução que Fernando Henrique Cardoso trouxe em termos de estabilização da economia — mantivemos mais ou menos os mesmos níveis de desigualdade.

Os pobres melhoraram de vida quando os ricos também melhoraram, em igual proporção ou até mais. Todas as vezes que, na sociedade brasileira, há uma aproximação entre as classes, vivemos algum processo de trepidação social.

Meu livro tem um papel importante de mostrar que aquilo que consideramos Brasil não é produzido apenas pelas camadas populares ou médias. As elites, transitando pelos grandes salões ou participando das discussões e decisões da nação, também têm um papel decisivo nesse movimento.

Com poucos trabalhos já produzidos sobre os ricos brasileiros, as ciências sociais, em geral, privilegiaram o estudo dos mais pobres.

A elite intelectual decidiu olhar para os mais pobres porque era necessário colocar as classes populares, os quilombolas, os indígenas na agenda nacional num momento em que estavam excluídos dela. As elites, nesse processo, ficaram um pouco "descansadas".

Esse trabalho, portanto, tem o papel de mostrar que desigualdades também são reproduzidas e mantidas por esses grupos. Ao olhar para o que os ricos fazem, conseguimos entender como as coisas se mantêm no mesmo lugar há tanto tempo.

Meu trabalho busca mostrar como essa diferença abissal que separa pobres e ricos no Brasil se mantém ao longo do tempo por um esforço contínuo de preservar essas posições.

BBC News Brasil - Quando você entende que de fato conseguiu se infiltrar? Como foi esse percurso?

Alcoforado - Na pesquisa antropológica, quando tudo dá errado, dá certo. Os "nãos" que recebemos, todos os muros que aparecem na nossa frente, são muito mais do que simples recusas, como em qualquer outra pesquisa. Eles contam sobre a maneira como aquele mundo que queremos pesquisar se estrutura. Dão pistas de investigação, de como as coisas se organizam.

No caso dos ricos, foi engraçado, porque esse "não" se estruturou em alguns caminhos que chamo de "teste de reconhecimento". O primeiro deles é a ideia de uma vida muito ocupada. Nenhum rico tinha tempo para me atender. Então comecei a me dar conta de que aquela vida muito ocupada era muito mais do que um retrato de afazeres.

Era uma performance dirigida aos meros mortais, como eu. Isso foi importante porque, a partir daí, toda vez que encontrava um rico, eu pedia desculpas — algo que fazemos quando achamos alguém importante. Eu dizia: "Quero agradecer imensamente pelo seu tempo, porque sei que sua agenda é muito ocupada". Era uma deferência, quase como abaixar a cabeça diante da rainha ou do rei.

O segundo ponto foi descobrir que eles encenavam situações para testar o quanto eu estava inserido ali. Eram jantares com muitos copos, chás com vários bules e talheres, encontros muito ensaiados. O terceiro ponto decisivo era a construção de quanto eu conhecia e estava embrenhado dentro de seus mundos.

Nesse percurso de aprendizado, entendi que, para conseguir fazer a pesquisa, eu precisaria me transformar ao ponto de que eles entendessem que minimamente eu fazia parte de seu mundo.

E como você faz parte do mundo dos ricos sem ser rico? Só há dois caminhos: ou você trabalha para um rico, como empregado, ou vira especialista — que não é visto como empregado, mas como alguém dotado de saber sobre o mundo dos ricos.

E aí virei o tal "antropólogo do luxo", alguém reconhecido pelas elites como conhecedor tão profundamente do mundo das marcas que se tornava interessante estar junto deles. Fui coisificado, não só pelo meu saber, mas também como uma possibilidade de proporcionar novos encontros.

A partir do momento em que eles assumiam e ostentavam que eram meus amigos, eu virava um pretexto. Assim, me levavam a encontros, eu observava tudo e, nesse movimento, fui entrando no mundo dos ricos. A pesquisa se tornou possível.

BBC News Brasil - Das anedotas que você conta que viveu entre os ricos, qual você acha que mostra mais essa questão da distinção e separação?

Alcoforado - Acho que a anedota que acontece em Genebra, na Suíça. Cheguei lá e encontrei uma ricaça em crise moral: valia a pena pagar 15 mil euros por um perfume? Ela decide comprar porque entende que aquilo resgatava uma tradição familiar e que o cheiro ficaria marcado para ela e para seus descendentes. Eu e você, que compramos perfumes de massa, não teremos jamais essa possibilidade. Isso revela uma distância enorme, até no cheiro — não só no dinheiro.

Com essa mesma ricaça em Genebra, vivi um dos momentos mais violentos. Nos encontros com ricos, quando partem do pressuposto de que você não faz parte daquele ambiente, eles se comunicam de forma educada, mas deixam claras as diferenças.

Isso aconteceu comigo na França, na Suíça e muitas vezes em São Paulo. Você vai a um restaurante com um rico que te convida. Primeiro, ele pede um prato que não está no cardápio mas, como é habitué, o garçom faz. Depois, ele decide o que você vai comer, o que vai beber, paga sua conta, define quando o encontro acaba e o que vão fazer depois.

Isso revela um tipo de gente que pode tudo, que molda o encontro conforme seu projeto. É uma violência sutil. Diante das múltiplas violências do Brasil, pode parecer uma piada tosca, mas mostra que, apesar da educação, delicadeza e possibilidade de construir pontes, os muros vão sendo içados a cada momento. Vai ficando claro quem é quem e qual a posição hierárquica de cada um nessa relação.

Essa crise moral eu vi tanto entre ricos tradicionais quanto entre novos ricos. O caso do perfume é de uma rica tradicional que sai do Brasil querendo uma vida normal. Mas vi esse mesmo aspecto entre novos ricos.

Certa vez, numa viagem de compras a Miami, ricos emergentes entraram numa loja e, depois de comprar tanto, foram tomados por um sentimento de melancolia. Achei que era culpa pelo consumo, mas não era. Era pena. Pena da prima que ficou em Marechal Hermes [bairro da Zona Norte do município do Rio de Janeiro] e não podia viajar. Pena da irmã que não ascendeu do mesmo modo.

Isso é clássico da forma como nos relacionamos, no Brasil, com as distinções de classe.

estaria pela metade.


O fato de eu ter me embrenhado pelas elites da forma como me embrenhei e de ter enfrentado os dilemas que um emergente certamente enfrenta foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.


Seduzido? Óbvio que fui. Porque o dinheiro seduz e o poder seduz. Agora, o ponto é: eu sou pesquisador. Então, sim, vez ou outra eu me seduzia por aquilo que estava sendo servido — pelas conversas, pelas pessoas que eu estava encontrando. Mas quando chegava em casa e fazia meu diário de campo, objetificava aquela experiência e entendia qual era o papel do antropólogo, o papel do personagem "antropólogo de luxo".

Esse deslumbre durou pouco. Sabe por quê? Porque a sedução era quase de "boy lixo". Você é seduzido imaginando que está fazendo parte, que está entrando, mas na próxima esquina, em cinco minutos, todo mundo te lembra que você não é dali. Não é dali porque não tem os recursos financeiros que eles têm, não é dali porque as distâncias se impõem a todo momento.

Então brinco que o deslumbre durou cinco meses. Agora, as marcas estão aí. O champanhe que eu mais gosto não é aquele que cabe no meu bolso.

tradicional são "rinhas de rico".


Precisamos é inventar um país em que mais pontes sejam possíveis e menos muros necessários para vivermos em paz. O grande problema da sociedade brasileira é acreditar que a harmonia só existe quando há grades, muros, vidros blindados, classe executiva, VIP, VIPão exclusivo.

A saída para a sociedade brasileira é aceitar que as distâncias existirão em qualquer modelo de sociedade, mas não precisam ser tão grandes como hoje. Se aceitarmos que os encontros entre diferentes são possíveis e tudo seguirá bem, ninguém vai arrancar os cabelos, ninguém vai entrar em ebulição social, o medo não vai se instaurar. Certamente o Brasil será um lugar melhor.

BBC News Brasil - Como tem sido a recepção das pessoas retratadas no livro? Como elas receberam a forma como foi escrito?

Alcoforado - Elas se identificaram e vão se identificar. Porque eu não trato pessoalmente de ninguém. Não é à toa que houve uma preocupação muito grande na escrita desse livro para que a identidade delas jamais fosse revelada. Vou morrer com esse segredo. Quem trabalha comigo não sabe quem são as pessoas que entrevistei. Meu editor não sabe.

E acho graça quando há disputas para saber "quem é quem". Todos estão errados, porque boa parte dos personagens descritos no livro não são públicos. Os públicos citei pelo nome, porque já tinham sido relatados em outros veículos. Esse foi um compromisso.

Eu não falei de ninguém, eu falei da sociedade brasileira. Falei de um fenômeno social que, não importa quanto dinheiro você tenha no banco, reconhecemos.

Então, os ricos se identificaram com as histórias, os que não se acham ricos também. As camadas médias se viram nelas, as empregadas domésticas, os porteiros, os jovens que estão começando a carreira. Todos leem e se reconhecem.

Isso é importante porque não estou falando de indivíduos, mas de um modelo de sociedade que decidiu, ao longo da história, inventar. Não é culpa de ninguém, mas, ao mesmo tempo, cobra um compromisso de cada um de nós pela transformação.






"Martin de Luca, o advogado de Trump e da Rumble, mandou a real sobre a conversa de Trump com o malusco corrupto e ladrão Stalinacio Lula da Silva." abram os links abaixo e vejam.


https://youtu.be/v0EMWcVg0zY?si=JObDlkqZ0y-_9218

https://youtu.be/GBBwOOk8GXs?si=bbgjNeovNzs8FRW0