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“SOU ANTI!”
NÃO ME PERGUNTE, PORQUE AMO OS ANIMAIS? SE FINGIR NÃO SABER OS MOTIVOS, ME PERGUNTE PORQUE ODEIO OS HUMANOS! - SOU ANTI, SOU UM SER RACIONAL PENSANTE E LIVRE, POR ISSO SOU ANTI, SOU ANTI SISTEMA DOMINANTE, SOU ANTI ESTADO E SUAS LEIS SOU ANTI INSTITUIÇÕES OFICIAIS, SOU ANTI PATRIOTISMO E NACIONALISMO, POIS SÓ SERVEM PARA EXALTAR UMA PSEUDA PÁTRIA SUA, SOU ANTI POLÍTICA PARTIDÁRIA E O CÂNCER QUE ESSA REPRESENTA,SOU ANTI O VOTO POLÍTICO PARTIDÁRIO E A FARSA DA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA QUE ELE “VENDE” SOU ANTI A FARSA QUE É A TAL DA DEMOCRACIA ENQUANTO REGIME, PELAS FALÁCIAS QUE “VENDE” E POR REPRESENTAR UM GOVERNO. SOU ANTI CRENÇAS DE FÉ RELIGIOSAS SEU DEUS ASSIM COMO AS MÍSTICAS, SOU ANTI CONCEITOS FALSOS DE VALORES, SOU ANTI SOCIEDADE E SUAS AMARRAS OU “CABRESTOS” MORAL, QUASE SEMPRE FALSO MORALISTA, SOU ANTI POLÍCIA E TUDO QUE ESSA REPRESENTA, OPRESSÃO, COVARDIA, DISCRIMINAÇÃO, PERSEGUIÇÃO ETC, SOU TOTALMENTE ANTI MODISMOS. SOU ANTI! POIS SOU UM SER RACIONAL MAS PENSANTE!!! - A FARSA DA VIDA - "FARSA, A VIDA É UMA GRANDE FARSA, MAS QUEM DISSE QUE NÃO É, COMO NEGAR! SIMPLES SENDO MAIS UM FARSANTE."
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
A pior polícia do mundo a polícia brasileira, segundo os maiores e mais respeitados organismos internacional defensores dos Direitos Humanos, esse braço armado do mundo opressor nazifascista terrorista tupiniquim, segue na sua cruzada para impor o temor pelo terror que são capazes e na aplicação da limpeza social nos moldes da infame e maldita limpeza étnica praticada pelos nazistas de Adolf Hitler
Em Itabaiana (SE), polícia foi responsável por 75% de todos os homicídios registrados em 2024
Município do agreste sergipano virou exemplo extremo da violência policial no país: segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no ano passado três em cada quatro homicídios tiveram policiais como autores.
Ayslan da Silva Assis, 25, era o caçula de três irmãos. Com os pais trabalhando fora, foi praticamente criado pelo irmão Alexandre da Silva Assis, 39, já adolescente quando ele nasceu. Ayslan era tímido, “bicho do mato” e muito ligado à família. Trabalhava com carteira assinada em uma cerâmica de Itabaiana, no agreste sergipano, carregando e descarregando caminhões. Era conhecido no bairro Marianga, onde vivia com a mãe.
Em 4 de setembro do ano passado, Ayslan acordou cedo, por volta das 4h. Trabalhou normalmente até parar para lanchar em frente de casa, muito próxima do local de trabalho, acompanhado por um colega enquanto aguardava a chegada de outro caminhão.
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Segundo relato de Alexandre à Ponte, policiais civis passaram pelo local, deram a volta e pararam em frente à cerâmica. Ainda conforme o irmão, quando o jovem entrava no trabalho, foi atingido por dois tiros, em plena manhã, na rua principal do bairro. Levado na carroceria de uma Chevrolet S10 usada pelos policiais ao hospital, já chegou morto.
“Meu irmão tinha endereço fixo, carteira assinada, todo mundo na cidade sabia onde ele morava. Mesmo que houvesse qualquer suspeita, ele tinha direito a ser ouvido, a se defender. O que fizeram foi uma execução”, desabafa Alexandre.
O caso expõe a letalidade policial em Itabaiana, no agreste de Sergipe. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em junho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a polícia foi responsável por 75% dos homicídios registrados no município de 103 mil habitantes.
Ao todo, 41 homicídios foram registrados em Itabaiana em 2024; 31 deles tiveram policiais como autores.
Missão baseada em denúncias anônimas
A Ponte teve acesso ao inquérito policial. No caso de Ayslan, os policiais civis Louis Bernard Tranquilin Filho, Gilbran Marcel Vaz Nunes e Elenildo Rabelo de Menezes cumpriam uma ordem de missão expedida pelo delegado Fábio Alan Pinto Pimentel um dia antes da morte.
A ordem se baseava em duas denúncias anônimas recebidas em agosto pela Delegacia Regional de Itabaiana. A primeira, em 27 de agosto, acusava o jovem de envolvimento em um latrocínio ocorrido em julho em Campo do Brito. No dia seguinte, outra denúncia apontava Ayslan como responsável pela venda de drogas em um bar da cidade e reiterava a suspeita de participação no latrocínio.
Ayslan da Silva Assis, 25, trabalhava em uma cerâmica em Itabaiana e foi morto por policiais civis em setembro de 2024 | Foto: Arquivo da família
A determinação do delegado previa campanas para observar o jovem, identificar ligações com o tráfico e, caso estivesse armado, efetuar prisão em flagrante. Em 4 de setembro de 2024, os policiais relataram terem encontrado Ayslan no bar citado. Segundo eles, o jovem parecia inquieto e observava a rua repetidamente. Durante a abordagem, ainda conforme a versão oficial, teria colocado a mão na cintura “na tentativa de sacar uma arma de fogo”.
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No dia seguinte à morte, uma mulher que havia perdido o marido em um latrocínio em julho prestou depoimento. Ela contou ter reconhecido Ayslan a partir de uma fotografia apresentada na delegacia. O depoimento não esclarece quando esse reconhecimento fotográfico foi realizado.
A investigação registrou a existência de três câmeras de segurança próximas ao local, mas nenhuma teria flagrado a ação policial, conforme relatório de 28 de setembro de 2024.
Em depoimento, o agente Louis Bernard admitiu ter efetuado ao menos dois disparos depois de Ayslan supostamente não obedecer à ordem para colocar as mãos na cabeça.
Uma arma calibre .32 foi apresentada como pertencente ao jovem. Apesar de morto, ele acabou indiciado por tentativa de homicídio contra os policiais. O relatório final da investigação foi concluído em março de 2025 pelo delegado Paulo Cristiano Alves Ricante.
Versão oficial x falhas na investigação
Em junho de 2025, o promotor Ademilton de Oliveira Santos pediu o arquivamento do caso, afirmando que “a versão apresentada pelos policiais encontra respaldo nos elementos objetivos colhidos durante a investigação”. A Justiça de Sergipe negou o arquivamento. O juiz Geilton Costa Cardoso da Silva, da 2ª Vara Criminal de Itabaiana, apontou fragilidades graves, como a ausência de auto formal de apreensão da arma, falta de laudo de resíduos de pólvora, inexistência de registros fotográficos do local e de testemunhas independentes.
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O magistrado destacou ainda que a principal testemunha que associou o jovem a outro crime se baseou em relatos de terceiros e em reconhecimento fotográfico irregular, feito após a morte. Considerou o arquivamento prematuro e determinou nova análise pelo procurador-geral de Justiça.
Nilzir Soares Vieira Júnior, procurador-geral de Sergipe, acolheu a decisão e determinou que a apuração seguisse. O PGJ reconheceu a ausência de diligências básicas — como certidão de óbito, laudo cadavérico, termo de apreensão da arma, imagens de câmeras e prontuário médico — e designou um novo promotor para acompanhar o inquérito.
Queda nos homicídios x alta da letalidade policial
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta que Sergipe teve queda de 20,4% nas mortes violentas intencionais (MVI) entre 2023 e 2024. Em relação a 2016, a redução acumulada chega a 72%, colocando o estado na melhor posição do Nordeste.
O dado contrasta com as mortes causadas por policiais em 2024, segundo ano da gestão de Fábio Mitidieri (PSD). Ainda de acordo com o anuário, as forças de segurança responderam por 27,8% dos homicídios no estado.
Uma reportagem do Mangue Jornalismo publicada em janeiro de 2024, revelou que, nos últimos quatro anos, 810 pessoas foram mortas pela polícia em Sergipe, o que colocou o estado entre os mais letais do país. O ápice desse ciclo de violência ocorreu no primeiro ano da gestão de Mitidieri: em 2023, 229 pessoas morreram em “confrontos” com agentes, uma média de quase um por dia — e o maior número do período. A matéria ainda ressalta um padrão cruel e repetido: cerca de 85% das vítimas eram negras e jovens, entre 12 e 29 anos.
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Para Cinha Dinoral, coordenadora do Fórum Popular de Segurança Pública de Sergipe, o discurso oficial de que essas mortes resultam de “confrontos” deve ser relativizado, já que a maioria estaria ligada à Polícia Civil, não à Militar.
Em cidades como Itabaiana — polo de circulação de mercadorias e conhecida como “cidade dos caminhoneiros” —, os crimes mais comuns são furtos e assaltos, contexto em que se concentram operações da Civil. Cinha defende a implementação de câmeras corporais e a federalização das investigações, medidas que, segundo ela, poderiam ampliar a transparência e devolver confiança à população.
Projeto de lei mira redução da violência policial
Na Assembleia Legislativa de Sergipe, ao menos um projeto de lei busca enfrentar a letalidade policial. A deputada estadual Linda Brasil (PSOL) apresentou a proposta intitulada “Política Estadual de Segurança Cidadã e Preservação da Vida”, que prevê medidas para reduzir mortes provocadas por agentes e fortalecer o controle social sobre as forças de segurança.
O texto prevê que o Executivo elabore um Plano Estadual de Redução da Letalidade Policial, com diretrizes para limitar o uso da força, enfrentar abusos, garantir transparência, ampliar a participação social e criar ouvidoria externa para monitorar violações.
À Ponte, Linda disse que a proposta surgiu após diálogos com familiares de vítimas, movimentos sociais e comunidades que participaram do Fórum Popular de Direitos Humanos em fevereiro de 2025. “Identificamos fatores estruturais que influenciam diretamente na atuação policial: racismo, arbitrariedade, ausência de controle externo e falta de transparência sobre investigações e perfil das vítimas”, afirmou.
Ela critica a leitura oficial de que a queda nos homicídios representa melhora da segurança. Lembra que, embora os assassinatos tenham recuado 24%, os desaparecimentos subiram 20% no mesmo período. “Essa dinâmica pode ocultar algo ainda mais grave: execuções seguidas de ocultação de cadáver”, alerta.
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O projeto também prevê capacitação continuada das forças para prevenir discriminações, implementação de câmeras corporais, prioridade a investigações de homicídios e desaparecimentos forçados e proibição expressa de xingamentos e ofensas discriminatórias em abordagens.
Segundo a parlamentar, a resistência decorre de uma cultura institucional que normaliza e até exalta a violência policial. “A formação dos policiais não está voltada à proteção da vida, mas sim ao confronto armado e ao reforço do racismo estrutural”, critica.
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Ela relata denúncias de seu mandato que incluem interrupção de reuniões de crianças em periferias, agressões físicas, conduções coercitivas sem crime, invasões de domicílio e execuções sumárias. “Essas práticas consolidam a letalidade policial como ápice de um modelo de segurança pública construído sobre violações sistemáticas de direitos humanos em Sergipe”, conclui.
A proposta foi protocolada em abril deste ano e está parada na Coordenadoria-Geral de Processo Legislativo, à espera do próximo passo no rito legislativo.
Dor que virou resistência coletiva
A dor de quem perdeu um filho ecoou no depoimento de Luciana Katia de Oliveira Silva, integrante do Coletivo Saudade. Ela lembrou do caso do filho, Wagner Júnior, servente de pedreiro de 23 anos, morto há um ano e meio durante uma abordagem policial no bairro Japãozinho, em Aracaju.
Segundo Luciana, Wagner havia acabado de chegar do trabalho quando foi surpreendido por viaturas. “Eles já chegaram atirando”, contou. O jovem levou quatro tiros no peito e, antes disso, teria sido espancado e pisoteado no rosto, segundo relatos de moradores. Mesmo assim, a versão oficial foi a de confronto armado. “Meu filho foi morto ajoelhado, rendido. Não houve perícia, não houve preservação de cena”, disse. O caso foi arquivado pelo Ministério Público em dezembro de 2024, sem que a família fosse comunicada previamente.
A experiência levou Luciana a fundar o Coletivo Saudade três meses depois do crime. O grupo surgiu a partir de contato com mães de vítimas de outros estados, como Rio de Janeiro e Paraná, e hoje reúne ao menos 17 famílias em Sergipe. Elas compartilham relatos, dão apoio mútuo e buscam estratégias coletivas para enfrentar o silêncio e o medo.
Luciana afirma que muitas mães ainda hesitam em se expor por medo de retaliação, mas diz que a troca fortalece a luta. “Criamos o coletivo para que as famílias entendam que temos direitos e que nossos filhos não podiam ter sido mortos dessa forma. Eles nos querem calados, mas juntos conseguimos resistir”, diz.
O que dizem as autoridades
A Ponte procurou a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP-SE) sobre os dados de letalidade e o caso de Ayslan. O Ministério Público de Sergipe (MP-SE), responsável pelo controle externo das polícias, também foi questionado. Não houve retorno até a publicação deste texto. Caso haja, a matéria será atualizada.
Catarina Duarte
Matéria Publicada pelo Portal PONTE JORNALISMO 03/09/2025
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