A Polícia Militar do Rio já abriu nos últimos dois anos mais de 2,6 mil processos para investigar irregularidades na conduta dos agentes sobre as câmeras corporais. Uma dessas apurações é sobre a ação de dois policiais após serem acionados por moradores para perseguirem um grupo que estava praticando assaltos na Zona Norte da cidade. Ao se aproximar do carro dos suspeitos em uma rua sem saída, um dos agentes desembarca e atira contra o veículo e corre em sua direção.
Na gravação, é possível ouvir mais tiros, mas sem saber o autor dos disparos. Em seguida, o motorista que dirigia o carro suspeito desembarca com as mãos para cima e, apesar disso, um dos policiais continua mandando ele sair do veículo, apesar de ele já estar do lado de fora. O homem senta no asfalto e diz ser trabalhador. Em seguida, levanta, e de costas para os PMs, leva um tiro do sargento Daniel de Souza Braga. O agente deixou sua câmera na viatura, mas o equipamento do seu colega gravou a ação. O segundo PM então fala ao telefone com um supervisor e conta o que ocorreu:
— O sargento se excedeu um pouquinho, deu nas costas do cara quando o cara desceu. Eu só dei nas pernas, nas rodas, entendeu? — diz.
Apesar disso, na porta da delegacia os policiais foram gravados pelas COPs combinando outra versão do ocorrido:
— Então. Mas ó: ele tentou evadir e desviou. Então fugiu (...) Entenda bem. O senhor não mirou nele. O senhor mirou no veículo — diz um dos militares:
— Quem foi que deu tiro nele, eu não sei. Não sei se foi da minha arma, se foi do... Foda é querer apreender minha arma né? — responde o outro..
Eles continuam atirando enquanto mandam os suspeitos descerem do carro. Em outro momento, um dos alvos da ação aparece no chão tentando se explicar, até que ele levanta e é baleado nas costas por um dos policiais. O suspeito já havia sido atingido em uma das pernas. "Sou trabalhador", ele diz, no chão. Ao se levantar, ele leva um tiro nas costas…
O agente que atirou não filmou a ação, mas ela foi flagrada pelo outro policial. "Filmando aqui, não sei mexer nessa p* direito, esqueci. Troca de tiro sendo gravada aqui", diz o policial autor do disparo.
A imagem também mostra um dos policiais chamando o suspeito de "animal". "Levanta aí, animal. Dá para levantar, sim. Tomara que fique 'alejado'", diz na gravação. "Se ele morrer é melhor", afirma o agente, enquanto o suspeito é atendido em uma unidade de saúde.
Quando eles chegam na delegacia, os policiais tentam manipular a versão sobre o que aconteceu. "O problema disso tudo é o excesso, a quantidade de disparo. O senhor não mirou nele, entenda. Mirou no veículo", orienta um dos agentes.
O homem executado pelo Policial sobreviveu mas foi condenado a seis anos de prisão por ter roubado uma bolsa, já o bandido fardado que tentou assassinar o homem só foi afastado das ruas por alguns dias, como sempre acontece quando alguns dos crimes cometidos pelos integrantes dos braços armados do estado opressor nazifascista tupiniquim ganha algum destaque na mídia, seu afastamento foi para ele descansar um pouco de sua vida criminosa, mas logo voltará às ruas para continuar sua vida de crimes protegidos pelo estado opressor nazifascista tupiniquim e suas instituições podres.