Isso é inimaginável em qualquer país civilizado.
É apenas mais um detalhe que passa quase despercebido em um contexto ainda mais surreal.
O suposto defensor da “democracia” e combatente das “fake news” usou o microfone para agradecer ao presidente para cuja eleição fez todo o esforço possível — uma eleição marcada pela censura sistemática ao seu opositor — em razão do fim de sanções que recebeu por violações aos direitos humanos.
Segundo o ministro, as sanções foram encerradas porque a “verdade prevaleceu”. Ou seja, de acordo com essa narrativa, o governo americano teria sido induzido ao erro por mentiras.
Há apenas um problema: na nota oficial do governo americano, não há nada que sugira “erro”. Ao contrário, o documento reforça a preocupação com as violações, tratando a aprovação do projeto de “Dosimetria”, chamado pelos americanos como "Anistia", como um passo no sentido de corrigir esses abusos e motivação para o fim das sanções.
Ainda que tímida para reparar o estado de exceção em curso no Brasil — marcado por censura e perseguição política brutal —, a votação desse projeto é uma prova incontestável da existência de abusos. Afinal, se de fato estivéssemos vivendo uma normalidade democrática, ele jamais teria sido sequer cogitado, quanto mais aprovado.
Mais uma vez, vemos a inversão da realidade: o caçador das “fake news” promovendo mais uma mentira descarada; o autoproclamado protetor da “democracia” se vangloriando de uma medida que, na prática, expôs todos os abusos de autoridade.
O governador Tarcísio, também presente no evento, ao lado de outros integrantes do establishment e do próprio Descondenado, aplaudiu o ministro e afirmou ser necessário “virar a página da polarização”. Trata-se da rendição completa ao sistema de repressão brasileiro. É esse o novo líder da "oposição"?
Quem sair por último, que apague a luz.
Leandro Ruschel.
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