“SOU ANTI!”

NÃO ME PERGUNTE, PORQUE AMO OS ANIMAIS? SE FINGIR NÃO SABER OS MOTIVOS, ME PERGUNTE PORQUE ODEIO OS HUMANOS! - SOU ANTI, SOU UM SER RACIONAL PENSANTE E LIVRE, POR ISSO SOU ANTI, SOU ANTI SISTEMA DOMINANTE, SOU ANTI ESTADO E SUAS LEIS SOU ANTI INSTITUIÇÕES OFICIAIS, SOU ANTI PATRIOTISMO E NACIONALISMO, POIS SÓ SERVEM PARA EXALTAR UMA PSEUDA PÁTRIA SUA, SOU ANTI POLÍTICA PARTIDÁRIA E O CÂNCER QUE ESSA REPRESENTA, SOU ANTI O VOTO POLÍTICO PARTIDÁRIO E A FARSA DA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA QUE ELE “VENDE” SOU ANTI A FARSA QUE É A TAL DA DEMOCRACIA ENQUANTO REGIME, PELAS FALÁCIAS QUE “VENDE” E POR REPRESENTAR UM GOVERNO. SOU ANTI CRENÇAS DE FÉ RELIGIOSAS SEU DEUS ASSIM COMO AS MÍSTICAS, SOU ANTI CONCEITOS FALSOS DE VALORES, SOU ANTI SOCIEDADE E SUAS AMARRAS OU “CABRESTOS” MORAL, QUASE SEMPRE FALSO MORALISTA, SOU ANTI POLÍCIA E TUDO QUE ESSA REPRESENTA, OPRESSÃO, COVARDIA, DISCRIMINAÇÃO, PERSEGUIÇÃO ETC, SOU TOTALMENTE ANTI MODISMOS. SOU ANTI! POIS SOU UM SER RACIONAL MAS PENSANTE!!! - A FARSA DA VIDA - "FARSA, A VIDA É UMA GRANDE FARSA, MAS QUEM DISSE QUE NÃO É, COMO NEGAR! SIMPLES SENDO MAIS UM FARSANTE."

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

As Big Techs e suas Plataformas Digitais como: Meta(Facebook, Instagram, WhatsApp), Google(YouTube, Chrome), Fatura dezenas de bilhões com anúncios fraudulentos e golpistas, principalmente com comércio eletrônico e investimentos, produtos proibidos, casinos online etc. É o que constatou estudo.

 Meta lucra com golpes que atingem famílias de baixa renda, aponta pesquisa

Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Jones Oliveira | 06/11/2025 às 13:15

Um estudo divulgado pelo Projeto Brief nesta quinta-feira (6) mostrou como o ecossistema da Meta, que inclui Facebook, Instagram e WhatsApp, é responsável por veicular anúncios de golpe a milhões de pessoas, afetando principalmente famílias de baixa renda e com pouco conhecimento digital. Os alvos dos golpistas são, especialmente, beneficiários de programas sociais como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A pesquisa faz parte da iniciativa Quem Paga a Banda, que investiga financiamento de campanhas, narrativas e redes de influência na internet, focando, neste caso, no impacto social e político dos golpes digitais.

Foram analisados 16 mil anúncios ativos na biblioteca da Meta em setembro deste ano: 52% tinham indícios de golpe e 9% foram confirmados como fraudulentos.

Golpes na Meta e suas vítimas

De acordo com o Projeto Brief, a maioria dos anúncios golpistas foca em oferecer empréstimos e créditos consignados, mirando em trabalhadores CLT, beneficiários de programas sociais e aposentados do INSS. O problema é que as plataformas não apenas toleram os anúncios falsos, como também lucram com eles: a estrutura da Meta garante que o clique gere receita, mesmo quando leva a golpes.

Uma pesquisa da Febraban/Datafolha de 2024 estimou que 56 milhões de brasileiros (33,4% da população adulta) foram vítimas de fraude digital, sofrendo prejuízos de mais de R$ 40 bilhões. A maioria dos golpes usa deepfakes e páginas falsas com informações incompletas ou inexistentes, se aproveitando da identidade visual e logo de grandes bancos digitais.

Com poucos seguidores e endereços de destino não verificados, nota-se a facilidade com a qual o conteúdo fraudulento é divulgado nas plataformas, com pouca moderação ou controle. Mesmo com denúncias de usuários, milhares de anúncios suspeitos continuam ativos, o que o Projeto Brief descreve como a plataforma sendo parte do problema ao invés de buscar uma solução.

Nos anúncios, são usadas narrativas emocionais e promessas de crédito facilitado, com mensagens como “empréstimo com garantia de veículo”, “parcelas em até 36x” e afins, apelando ao desespero de quem precisa pagar as contas. Ao clicar no golpe, o usuário geralmente é encaminhado para conversas no WhatsApp, onde a fraude é concretizada.

O relatório termina com um chamado à regulamentação de anúncios e das plataformas no geral: na União Europeia, há o exemplo do Digital Services Act (DSA, ou Ato de Serviços Digitais, em tradução livre), que impõe deveres e responsabilidades aos provedores de serviços digitais, especialmente quando há uso de IA.

No Brasil, a existência da LGPD, aparentemente, não está sendo o suficiente para conter iniciativas fraudulentas e seus ecossistemas.


Documentos mostram que Meta ganha bilhões com enxurrada de anúncios fraudulentos; entenda

Em média, segundo um documento de dezembro de 2024, a Meta mostra aos usuários de suas plataformas cerca de 15 bilhões de anúncios fraudulentos todos os dias

A Meta projetou no final do ano passado que ganhará cerca de 10% de sua receita anual total – ou US$ 16 bilhões – com a veiculação de anúncios de golpes e produtos proibidos, segundo documentos internos da empresa.

Um conjunto de documentos analisados pela Reuters também mostra que a gigante das mídias sociais não conseguiu, por pelo menos três anos, identificar e interromper uma avalanche de anúncios que expôs os bilhões de usuários do Facebook, Instagram e WhatsApp a esquemas fraudulentos de comércio eletrônico e investimento, cassinos online ilegais e a venda de produtos médicos proibidos.

Em média, segundo um documento de dezembro de 2024, a empresa mostra aos usuários de suas plataformas cerca de 15 bilhões de anúncios fraudulentos de “maior risco” – aqueles que mostram sinais claros de serem fraudulentos – todos os dias. A Meta obtém cerca de US$ 7 bilhões em receita anual com essa categoria de anúncios fraudulentos a cada ano, afirma outro documento do final de 2024.

Grande parte das fraudes foi gerada por profissionais de marketing que agiram de forma suspeita o suficiente para serem detectados pelos sistemas de alerta internos da Meta. Mas a empresa só proíbe anunciantes se seus sistemas automatizados preveem que os profissionais de marketing têm pelo menos 95% de certeza de que estão cometendo fraude, mostram os documentos. Se a empresa tiver menos certeza – mas ainda acreditar que o anunciante é um provável fraudador – a Meta cobra taxas de anúncios mais altas como penalidade, de acordo com os documentos. A ideia é dissuadir os anunciantes suspeitos de exibirem anúncios nas plataformas da empresa.


Um conjunto de documentos analisados pela Reuters também mostra que a gigante das mídias sociais não conseguiu, por pelo menos três anos, identificar e interromper uma avalanche de anúncios que expôs os bilhões de usuários do Facebook, Instagram e WhatsApp a esquemas fraudulentos de comércio eletrônico e investimento, cassinos online ilegais e a venda de produtos médicos proibidos.

Em média, segundo um documento de dezembro de 2024, a empresa mostra aos usuários de suas plataformas cerca de 15 bilhões de anúncios fraudulentos de “maior risco” – aqueles que mostram sinais claros de serem fraudulentos – todos os dias. A Meta obtém cerca de US$ 7 bilhões em receita anual com essa categoria de anúncios fraudulentos a cada ano, afirma outro documento do final de 2024.

Grande parte das fraudes foi gerada por profissionais de marketing que agiram de forma suspeita o suficiente para serem detectados pelos sistemas de alerta internos da Meta. Mas a empresa só proíbe anunciantes se seus sistemas automatizados preveem que os profissionais de marketing têm pelo menos 95% de certeza de que estão cometendo fraude, mostram os documentos. Se a empresa tiver menos certeza – mas ainda acreditar que o anunciante é um provável fraudador – a Meta cobra taxas de anúncios mais altas como penalidade, de acordo com os documentos. A ideia é dissuadir os anunciantes suspeitos de exibirem anúncios nas plataformas da empresa.

Os documentos observam ainda que os usuários que clicam em anúncios fraudulentos provavelmente verão mais deles por causa do sistema de personalização de anúncios da Meta, que tenta exibir anúncios com base no que acha que são os interesses do usuário.

Os detalhes da autoavaliação confidencial da Meta foram extraídos de documentos criados entre 2021 e este ano nas divisões de finanças, lobby, engenharia e segurança. Juntos, eles refletem os esforços da companhia de Mark Zuckerberg para quantificar a escala de abuso em suas plataformas – e a hesitação da empresa em reprimir esses abusos sob risco de prejudicar seus interesses comerciais.

A aceitação pela Meta da receita de fontes suspeitas de estarem cometendo fraudes destaca a falta de supervisão regulatória do setor de publicidade, disse Sandeep Abraham, um examinador de fraudes e ex-investigador de segurança da Meta que agora dirige uma consultoria chamada Risky Business Solutions.

“Se os órgãos reguladores não toleram que os bancos lucrem com fraudes, eles não deveriam tolerar isso no setor de tecnologia”, disse ele à Reuters.

 
O porta-voz da Meta, Andy Stone, disse em comunicado que os documentos vistos pela Reuters “apresentam uma visão seletiva que distorce a abordagem da Meta em relação a fraudes e golpes”. A estimativa interna da empresa de que obteria 10,1% de sua receita em 2024 com fraudes e outros anúncios proibidos foi “grosseira e excessivamente inclusiva”, disse Stone. Mais tarde, a empresa determinou que o número real era menor, porque a estimativa incluía “muitos” anúncios legítimos também, disse ele. Stone se recusou a fornecer um número atualizado.

“A avaliação foi feita para validar nossos investimentos planejados em integridade, inclusive no combate a fraudes e golpes, o que fizemos”, disse Stone. Ele acrescentou: “Combatemos agressivamente as fraudes e os golpes porque as pessoas em nossas plataformas não querem esse conteúdo, os anunciantes legítimos não o querem e nós também não o queremos.”

“Nos últimos 18 meses, reduzimos em 58% as denúncias de usuários sobre anúncios fraudulentos em todo o mundo e, até agora, em 2025, removemos mais de 134 milhões de peças de conteúdo de anúncios fraudulentos”, disse Stone.

Temos grandes metas
Alguns dos documentos mostram a Meta prometendo fazer mais. “Temos grandes metas para reduzir os golpes de anúncios em 2025”, afirma um documento de 2024, em que a empresa diz esperar reduzir esses anúncios em determinados mercados em até 50%. Em outros lugares, os documentos mostram gerentes parabenizando funcionários por esforços bem-sucedidos de redução de fraudes.

Ao mesmo tempo, os documentos indicam que a própria pesquisa da Meta sugere que seus produtos se tornaram um pilar da economia global de fraudes. Uma apresentação feita em maio de 2025 por sua equipe de segurança estimou que as plataformas da empresa estavam envolvidas em um terço de todos os golpes bem-sucedidos nos EUA. A Meta também reconheceu em outros documentos internos que alguns de seus principais concorrentes estavam fazendo um trabalho melhor na eliminação de fraudes em suas plataformas.

“É mais fácil anunciar fraudes nas plataformas da Meta do que no Google”, concluiu uma análise interna da Meta em abril de 2025 sobre as comunidades online onde os fraudadores discutem seus negócios. O documento não expõe as razões por trás dessa conclusão.

Órgãos reguladores de todo o mundo estão pressionando a Meta a fazer mais para proteger seus usuários contra fraudes online. Nos EUA, a SEC investiga a empresa por veicular anúncios de fraudes financeiras, de acordo com os documentos internos. Na Reino Unido, um órgão regulador disse no ano passado que descobriu que os produtos da Meta estavam envolvidos em 54% de todas as perdas com fraudes relacionadas a pagamentos em 2023, mais do que o dobro de todas as outras plataformas sociais combinadas.

A SEC e o órgão regulador do Reino Unido não comentaram o assunto ao serem procuradas pela Reuters. Stone, porta-voz da Meta, indicou à Reuters as últimas divulgações da empresa na SEC, que afirmam que os esforços da empresa para lidar com a publicidade ilícita “afetam negativamente nossa receita, e esperamos que o aprimoramento contínuo de tais esforços tenha um impacto em nossa receita no futuro, que pode ser material”.

A Meta está despejando dinheiro em inteligência artificial e planeja até US$ 72 bilhões este ano em despesas gerais de capital. Embora reconheça que os investimentos são “uma enorme quantidade de capital”, Zuckerberg procurou assegurar aos investidores que o negócio de publicidade da Meta pode financiá-los.

“Temos o capital do nosso negócio para fazer isso”, disse ele em julho, ao anunciar que, para dar suporte à IA, a Meta estava construindo um data center em Ohio que terá o tamanho do Central Park de Nova York.

Nos documentos internos, a Meta pondera os custos de reforçar sua vigilância contra anúncios fraudulentos em relação ao custo das penalidades financeiras dos governos por não proteger seus usuários.


Documentos mostram que Meta ganha bilhões com enxurrada de anúncios fraudulentos; entenda
Em média, segundo um documento de dezembro de 2024, a Meta mostra aos usuários de suas plataformas cerca de 15 bilhões de anúncios fraudulentos todos os dias
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Meta
Presidente da Meta, Mark Zuckerberg, em evento nos EUA (Crédito: REUTERS/Carlos Barria)


A Meta projetou no final do ano passado que ganhará cerca de 10% de sua receita anual total – ou US$ 16 bilhões – com a veiculação de anúncios de golpes e produtos proibidos, segundo documentos internos da empresa.

Um conjunto de documentos analisados pela Reuters também mostra que a gigante das mídias sociais não conseguiu, por pelo menos três anos, identificar e interromper uma avalanche de anúncios que expôs os bilhões de usuários do Facebook, Instagram e WhatsApp a esquemas fraudulentos de comércio eletrônico e investimento, cassinos online ilegais e a venda de produtos médicos proibidos.

Em média, segundo um documento de dezembro de 2024, a empresa mostra aos usuários de suas plataformas cerca de 15 bilhões de anúncios fraudulentos de “maior risco” – aqueles que mostram sinais claros de serem fraudulentos – todos os dias. A Meta obtém cerca de US$ 7 bilhões em receita anual com essa categoria de anúncios fraudulentos a cada ano, afirma outro documento do final de 2024.

Grande parte das fraudes foi gerada por profissionais de marketing que agiram de forma suspeita o suficiente para serem detectados pelos sistemas de alerta internos da Meta. Mas a empresa só proíbe anunciantes se seus sistemas automatizados preveem que os profissionais de marketing têm pelo menos 95% de certeza de que estão cometendo fraude, mostram os documentos. Se a empresa tiver menos certeza – mas ainda acreditar que o anunciante é um provável fraudador – a Meta cobra taxas de anúncios mais altas como penalidade, de acordo com os documentos. A ideia é dissuadir os anunciantes suspeitos de exibirem anúncios nas plataformas da empresa.

Os documentos observam ainda que os usuários que clicam em anúncios fraudulentos provavelmente verão mais deles por causa do sistema de personalização de anúncios da Meta, que tenta exibir anúncios com base no que acha que são os interesses do usuário.

Os detalhes da autoavaliação confidencial da Meta foram extraídos de documentos criados entre 2021 e este ano nas divisões de finanças, lobby, engenharia e segurança. Juntos, eles refletem os esforços da companhia de Mark Zuckerberg para quantificar a escala de abuso em suas plataformas – e a hesitação da empresa em reprimir esses abusos sob risco de prejudicar seus interesses comerciais.

A aceitação pela Meta da receita de fontes suspeitas de estarem cometendo fraudes destaca a falta de supervisão regulatória do setor de publicidade, disse Sandeep Abraham, um examinador de fraudes e ex-investigador de segurança da Meta que agora dirige uma consultoria chamada Risky Business Solutions.

“Se os órgãos reguladores não toleram que os bancos lucrem com fraudes, eles não deveriam tolerar isso no setor de tecnologia”, disse ele à Reuters.


O porta-voz da Meta, Andy Stone, disse em comunicado que os documentos vistos pela Reuters “apresentam uma visão seletiva que distorce a abordagem da Meta em relação a fraudes e golpes”. A estimativa interna da empresa de que obteria 10,1% de sua receita em 2024 com fraudes e outros anúncios proibidos foi “grosseira e excessivamente inclusiva”, disse Stone. Mais tarde, a empresa determinou que o número real era menor, porque a estimativa incluía “muitos” anúncios legítimos também, disse ele. Stone se recusou a fornecer um número atualizado.

“A avaliação foi feita para validar nossos investimentos planejados em integridade, inclusive no combate a fraudes e golpes, o que fizemos”, disse Stone. Ele acrescentou: “Combatemos agressivamente as fraudes e os golpes porque as pessoas em nossas plataformas não querem esse conteúdo, os anunciantes legítimos não o querem e nós também não o queremos.”

“Nos últimos 18 meses, reduzimos em 58% as denúncias de usuários sobre anúncios fraudulentos em todo o mundo e, até agora, em 2025, removemos mais de 134 milhões de peças de conteúdo de anúncios fraudulentos”, disse Stone.

Temos grandes metas
Alguns dos documentos mostram a Meta prometendo fazer mais. “Temos grandes metas para reduzir os golpes de anúncios em 2025”, afirma um documento de 2024, em que a empresa diz esperar reduzir esses anúncios em determinados mercados em até 50%. Em outros lugares, os documentos mostram gerentes parabenizando funcionários por esforços bem-sucedidos de redução de fraudes.

Ao mesmo tempo, os documentos indicam que a própria pesquisa da Meta sugere que seus produtos se tornaram um pilar da economia global de fraudes. Uma apresentação feita em maio de 2025 por sua equipe de segurança estimou que as plataformas da empresa estavam envolvidas em um terço de todos os golpes bem-sucedidos nos EUA. A Meta também reconheceu em outros documentos internos que alguns de seus principais concorrentes estavam fazendo um trabalho melhor na eliminação de fraudes em suas plataformas.

“É mais fácil anunciar fraudes nas plataformas da Meta do que no Google”, concluiu uma análise interna da Meta em abril de 2025 sobre as comunidades online onde os fraudadores discutem seus negócios. O documento não expõe as razões por trás dessa conclusão.

Órgãos reguladores de todo o mundo estão pressionando a Meta a fazer mais para proteger seus usuários contra fraudes online. Nos EUA, a SEC investiga a empresa por veicular anúncios de fraudes financeiras, de acordo com os documentos internos. Na Reino Unido, um órgão regulador disse no ano passado que descobriu que os produtos da Meta estavam envolvidos em 54% de todas as perdas com fraudes relacionadas a pagamentos em 2023, mais do que o dobro de todas as outras plataformas sociais combinadas.

A SEC e o órgão regulador do Reino Unido não comentaram o assunto ao serem procuradas pela Reuters. Stone, porta-voz da Meta, indicou à Reuters as últimas divulgações da empresa na SEC, que afirmam que os esforços da empresa para lidar com a publicidade ilícita “afetam negativamente nossa receita, e esperamos que o aprimoramento contínuo de tais esforços tenha um impacto em nossa receita no futuro, que pode ser material”.

A Meta está despejando dinheiro em inteligência artificial e planeja até US$ 72 bilhões este ano em despesas gerais de capital. Embora reconheça que os investimentos são “uma enorme quantidade de capital”, Zuckerberg procurou assegurar aos investidores que o negócio de publicidade da Meta pode financiá-los.

“Temos o capital do nosso negócio para fazer isso”, disse ele em julho, ao anunciar que, para dar suporte à IA, a Meta estava construindo um data center em Ohio que terá o tamanho do Central Park de Nova York.

Nos documentos internos, a Meta pondera os custos de reforçar sua vigilância contra anúncios fraudulentos em relação ao custo das penalidades financeiras dos governos por não proteger seus usuários.

Penalidades de até US$ 1 bilhão
Os documentos deixam claro que a Meta pretende reduzir seu fluxo de receita ilícita no futuro. Mas a empresa está preocupada com o fato de que reduções abruptas de faturamento com publicidade fraudulenta possam afetar suas projeções de negócios, de acordo com um documento de 2025 que discute o impacto da “receita violadora” – dinheiro de anúncios que violam os padrões da Meta, como fraudes, jogos ilegais, serviços sexuais ou produtos de saúde duvidosos.

Os documentos observam que a Meta planeja tentar reduzir a parcela da receita do Facebook e do Instagram derivada de anúncios fraudulentos. Enquanto isso, a Meta reconheceu internamente que as multas regulatórias para anúncios fraudulentos são certas e prevê penalidades de até US$ 1 bilhão, de acordo com um dos documentos obtidos pela Reuters.

Mas essas multas serão muito menores do que o faturamento que a Meta tem com anúncios fraudulentos, afirma um documento separado de novembro de 2024. A cada seis meses, a Meta ganha US$3,5 bilhões apenas com a parte dos anúncios fraudulentos que “apresentam maior risco legal”, diz o documento, como aqueles que afirmam falsamente representar uma marca de consumo ou uma personalidade pública ou que demonstram outros sinais de fraude. Esse valor quase certamente excede “o custo de qualquer acordo regulatório envolvendo anúncios fraudulentos”.

Em vez de concordar voluntariamente em fazer mais para examinar os anunciantes, afirma o mesmo documento, a liderança da empresa decidiu agir apenas em resposta a uma ação regulatória iminente.

Stone contestou as afirmações dos documentos estratégicos de que a Meta só deveria agir se fosse forçada. Essa não é a política da empresa, disse ele.

A Meta também impôs restrições quanto à quantidade de receita que está disposta a perder por agir contra anunciantes suspeitos, dizem os documentos. No primeiro semestre de 2025, segundo um documento de fevereiro, a equipe responsável pela verificação de anunciantes questionáveis não tinha permissão para tomar medidas que pudessem custar à empresa mais de 0,15% da receita total da companhia. Isso equivale a cerca de US$135 milhões dos US$90 bilhões que a Meta faturou primeiro semestre de 2025.

“Vamos ser cautelosos”, escreveu o gerente que supervisiona o esforço, observando que a receita permitida incluía anúncios fraudulentos e “benignos” que foram bloqueados por engano. “Temos barreiras específicas para a receita.”

Stone, o porta-voz da Meta, disse que o valor de 0,15% citado veio de um documento de projeção de receita e não era um limite rígido.

Em meio à intensificação da pressão para fazer mais para combater os golpes em suas próprias plataformas, os executivos da Meta apresentaram a Zuckerberg, em outubro de 2024, um plano para o que eles chamaram de abordagem moderada para a aplicação de golpes. Em vez de uma rápida repressão, a empresa concentraria seus esforços em países onde temia uma ação regulatória de curto prazo, de acordo com um documento que delineava a estratégia.

Após a reunião com o Zuckerberg, os executivos da Meta encarregados de reforçar a integridade das plataformas da empresa decidiram tentar reduzir a porcentagem de receita atribuível a fraudes, jogos ilegais e produtos proibidos de uma estimativa de 10,1% em 2024 para 7,3% até o final de 2025. Até o final de 2026, a Meta pretende reduzir ainda mais esse número para 6% e, em seguida, para 5,8% em 2027, segundo o memorando de estratégia e outros documentos vistos pela Reuters.

Aumento na fraude
Em 2022, segundo um documento daquele ano, a Meta descobriu uma rede de seis dígitos de contas que fingiam ser membros das forças armadas dos Estados Unidos em zonas de guerra. As contas enviavam milhões de mensagens por semana tentando convencer os usuários do Facebook a doarem dinheiro. “Sextorsão” – na qual os golpistas obtêm imagens sexuais de um usuário, geralmente um adolescente, sob falsos pretextos e depois o chantageiam – também estava se tornando comum nas plataformas da Meta. E uma enxurrada de contas falsas que fingiam ser celebridades ou representar grandes marcas de consumo enganavam usuários em todo o mundo.

Mas, apesar do aumento das fraudes online, outro documento de 2022 observa a “falta de investimento” da empresa na detecção automatizada de fraudes naquela época. A Meta classificou os anúncios fraudulentos como um problema de “baixa gravidade”, considerando-os como uma “experiência ruim para o usuário”, diz o documento.

Os documentos vistos pela Reuters mostram que, na época, a Meta orientou os funcionários a se concentrarem principalmente em fraudadores que se disfarçavam de celebridades e usurpavam grandes marcas. Esses “golpes de falsificação de identidade” corriam o risco de incomodar anunciantes e figuras públicas, segundo um documento de 2022, e, portanto, ameaçavam reduzir o envolvimento do usuário e a receita.

Mas as demissões em massa em andamento na Meta estavam dificultando os trabalhos. Um documento de planejamento para o primeiro semestre de 2023 observa que todos os que trabalhavam na equipe que lidava com as preocupações dos anunciantes sobre questões de direitos de marca haviam sido demitidos. A empresa também estava dedicando recursos tão intensamente à realidade virtual e à IA que os membros da equipe de segurança receberam ordens para restringir o uso dos recursos de computação da Meta. Eles foram instruídos apenas a “manter as luzes acesas”.

Stone disse que, embora tenham ocorrido demissões em massa, a empresa expandiu substancialmente o número de funcionários que combatem publicidade fraudulenta nos últimos anos.

A Meta também ignorou a grande maioria das denúncias de golpes feitas por usuários, conforme indica um documento de 2023. Naquele ano, a equipe de segurança estimou que os usuários do Facebook e do Instagram apresentavam semanalmente cerca de 100.000 denúncias válidas de mensagens enviadas por fraudadores, diz o documento visto pela Reuters. Mas a Meta ignorou ou rejeitou incorretamente 96% delas.

A equipe de segurança da Meta resolveu fazer melhor. No futuro, a empresa espera rejeitar não mais que 75% das denúncias válidas de fraude, de acordo com outro documento de 2023.

Erin West, ex-promotora do condado norte-americano de Santa Clara que agora dirige uma organização sem fins lucrativos dedicada ao combate a fraudes, disse que a resposta padrão da Meta aos usuários que sinalizavam fraudes era ignorá-los.

“Não sei se já vi algo ser retirado do ar como resultado de uma única denúncia de usuário”, disse ela.

Em outubro passado, uma recrutadora da Força Aérea Real Canadense acordou e viu que sua conta do Facebook estava bloqueada. A mulher, que falou sob condição de anonimato devido ao seu status militar, havia sido hackeada.

Logo, uma foto de um crachá de emprego falso com o rosto dela apareceu em sua conta, juntamente com o texto: “Estou muito feliz em anunciar que sou certificada em criptomoedas.”

A recrutadora disse que imediatamente registrou várias denúncias na Meta. Com o passar das semanas sem resposta, sua conta começou a alegar que ela havia ficado rica com criptomoedas – até mesmo adquirindo um terreno para a casa dos sonhos – e que queria dar a mesma oportunidade a seus amigos.

A recrutadora disse que seu supervisor tentou pedir ajuda à polícia canadense, mas foi informado de que a Meta não costuma responder a denúncias de contas hackeadas feitas pelas autoridades. Assim, a recrutadora avisou seus amigos para não interagirem com a conta falsa e pediu que eles também a denunciassem para a empresa.

Questionada sobre o incidente, a Real Polícia Montada do Canadá afirmou que levanta regularmente denúncias de abuso em plataformas como as da Meta, mas se recusou a comentar o caso específico.

Mas nada aconteceu. Após cerca de um mês, Mike Lavery, um ex-oficial do exército canadense com quem a recrutadora havia trabalhado anos antes, ligou para ela. Ele havia perdido 40 mil dólares canadenses (cerca de US$28.000) depois de investir no golpe das criptomoedas que mostrava o rosto dela.

“Pensei que estava falando com um amigo de confiança que tinha uma reputação muito boa”, disse Lavery à Reuters sobre a conta do Facebook sequestrada. “Por causa disso, minha guarda estava baixa.”

A recrutadora disse que chorou quando Lavery lhe contou o que havia acontecido. “As pessoas estavam sendo prejudicadas porque confiavam em mim”, disse ela. Ela disse que pediu aos amigos que continuassem a denunciar a conta desonesta.

“Dezenas de pessoas denunciaram, várias vezes cada uma”, disse ela, estimando que a Meta recebeu mais de 100 denúncias. Quando Meta finalmente tirou do ar a conta hackeada, pelo menos quatro outros militares já tinham sido enganados, disse ela.

Brian Mason, um investigador da Polícia de Edmonton, no Canadá, conseguiu ajudar a rastrear 65.000 dólares canadenses dos fundos roubados das vítimas até a Nigéria. Mas a recuperação do dinheiro provavelmente seria difícil ou impossível, disse ele à Reuters, porque “o dinheiro foi convertido em contas bancárias na Nigéria, nas quais não podemos tocar”.

A Meta se recusou a comentar sobre a conta hackeada do recrutador da Força Aérea ou sobre suas vítimas.


Documentos mostram que Meta ganha bilhões com enxurrada de anúncios fraudulentos; entenda
Em média, segundo um documento de dezembro de 2024, a Meta mostra aos usuários de suas plataformas cerca de 15 bilhões de anúncios fraudulentos todos os dias
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Meta
Presidente da Meta, Mark Zuckerberg, em evento nos EUA (Crédito: REUTERS/Carlos Barria)


A Meta projetou no final do ano passado que ganhará cerca de 10% de sua receita anual total – ou US$ 16 bilhões – com a veiculação de anúncios de golpes e produtos proibidos, segundo documentos internos da empresa.

Um conjunto de documentos analisados pela Reuters também mostra que a gigante das mídias sociais não conseguiu, por pelo menos três anos, identificar e interromper uma avalanche de anúncios que expôs os bilhões de usuários do Facebook, Instagram e WhatsApp a esquemas fraudulentos de comércio eletrônico e investimento, cassinos online ilegais e a venda de produtos médicos proibidos.

Em média, segundo um documento de dezembro de 2024, a empresa mostra aos usuários de suas plataformas cerca de 15 bilhões de anúncios fraudulentos de “maior risco” – aqueles que mostram sinais claros de serem fraudulentos – todos os dias. A Meta obtém cerca de US$ 7 bilhões em receita anual com essa categoria de anúncios fraudulentos a cada ano, afirma outro documento do final de 2024.

Grande parte das fraudes foi gerada por profissionais de marketing que agiram de forma suspeita o suficiente para serem detectados pelos sistemas de alerta internos da Meta. Mas a empresa só proíbe anunciantes se seus sistemas automatizados preveem que os profissionais de marketing têm pelo menos 95% de certeza de que estão cometendo fraude, mostram os documentos. Se a empresa tiver menos certeza – mas ainda acreditar que o anunciante é um provável fraudador – a Meta cobra taxas de anúncios mais altas como penalidade, de acordo com os documentos. A ideia é dissuadir os anunciantes suspeitos de exibirem anúncios nas plataformas da empresa.

Os documentos observam ainda que os usuários que clicam em anúncios fraudulentos provavelmente verão mais deles por causa do sistema de personalização de anúncios da Meta, que tenta exibir anúncios com base no que acha que são os interesses do usuário.

Os detalhes da autoavaliação confidencial da Meta foram extraídos de documentos criados entre 2021 e este ano nas divisões de finanças, lobby, engenharia e segurança. Juntos, eles refletem os esforços da companhia de Mark Zuckerberg para quantificar a escala de abuso em suas plataformas – e a hesitação da empresa em reprimir esses abusos sob risco de prejudicar seus interesses comerciais.

A aceitação pela Meta da receita de fontes suspeitas de estarem cometendo fraudes destaca a falta de supervisão regulatória do setor de publicidade, disse Sandeep Abraham, um examinador de fraudes e ex-investigador de segurança da Meta que agora dirige uma consultoria chamada Risky Business Solutions.

“Se os órgãos reguladores não toleram que os bancos lucrem com fraudes, eles não deveriam tolerar isso no setor de tecnologia”, disse ele à Reuters.
 

O porta-voz da Meta, Andy Stone, disse em comunicado que os documentos vistos pela Reuters “apresentam uma visão seletiva que distorce a abordagem da Meta em relação a fraudes e golpes”. A estimativa interna da empresa de que obteria 10,1% de sua receita em 2024 com fraudes e outros anúncios proibidos foi “grosseira e excessivamente inclusiva”, disse Stone. Mais tarde, a empresa determinou que o número real era menor, porque a estimativa incluía “muitos” anúncios legítimos também, disse ele. Stone se recusou a fornecer um número atualizado.

“A avaliação foi feita para validar nossos investimentos planejados em integridade, inclusive no combate a fraudes e golpes, o que fizemos”, disse Stone. Ele acrescentou: “Combatemos agressivamente as fraudes e os golpes porque as pessoas em nossas plataformas não querem esse conteúdo, os anunciantes legítimos não o querem e nós também não o queremos.”

“Nos últimos 18 meses, reduzimos em 58% as denúncias de usuários sobre anúncios fraudulentos em todo o mundo e, até agora, em 2025, removemos mais de 134 milhões de peças de conteúdo de anúncios fraudulentos”, disse Stone.

Temos grandes metas
Alguns dos documentos mostram a Meta prometendo fazer mais. “Temos grandes metas para reduzir os golpes de anúncios em 2025”, afirma um documento de 2024, em que a empresa diz esperar reduzir esses anúncios em determinados mercados em até 50%. Em outros lugares, os documentos mostram gerentes parabenizando funcionários por esforços bem-sucedidos de redução de fraudes.

Ao mesmo tempo, os documentos indicam que a própria pesquisa da Meta sugere que seus produtos se tornaram um pilar da economia global de fraudes. Uma apresentação feita em maio de 2025 por sua equipe de segurança estimou que as plataformas da empresa estavam envolvidas em um terço de todos os golpes bem-sucedidos nos EUA. A Meta também reconheceu em outros documentos internos que alguns de seus principais concorrentes estavam fazendo um trabalho melhor na eliminação de fraudes em suas plataformas.

“É mais fácil anunciar fraudes nas plataformas da Meta do que no Google”, concluiu uma análise interna da Meta em abril de 2025 sobre as comunidades online onde os fraudadores discutem seus negócios. O documento não expõe as razões por trás dessa conclusão.

Órgãos reguladores de todo o mundo estão pressionando a Meta a fazer mais para proteger seus usuários contra fraudes online. Nos EUA, a SEC investiga a empresa por veicular anúncios de fraudes financeiras, de acordo com os documentos internos. Na Reino Unido, um órgão regulador disse no ano passado que descobriu que os produtos da Meta estavam envolvidos em 54% de todas as perdas com fraudes relacionadas a pagamentos em 2023, mais do que o dobro de todas as outras plataformas sociais combinadas.

A SEC e o órgão regulador do Reino Unido não comentaram o assunto ao serem procuradas pela Reuters. Stone, porta-voz da Meta, indicou à Reuters as últimas divulgações da empresa na SEC, que afirmam que os esforços da empresa para lidar com a publicidade ilícita “afetam negativamente nossa receita, e esperamos que o aprimoramento contínuo de tais esforços tenha um impacto em nossa receita no futuro, que pode ser material”.

A Meta está despejando dinheiro em inteligência artificial e planeja até US$ 72 bilhões este ano em despesas gerais de capital. Embora reconheça que os investimentos são “uma enorme quantidade de capital”, Zuckerberg procurou assegurar aos investidores que o negócio de publicidade da Meta pode financiá-los.

“Temos o capital do nosso negócio para fazer isso”, disse ele em julho, ao anunciar que, para dar suporte à IA, a Meta estava construindo um data center em Ohio que terá o tamanho do Central Park de Nova York.

Nos documentos internos, a Meta pondera os custos de reforçar sua vigilância contra anúncios fraudulentos em relação ao custo das penalidades financeiras dos governos por não proteger seus usuários.

Penalidades de até US$ 1 bilhão
Os documentos deixam claro que a Meta pretende reduzir seu fluxo de receita ilícita no futuro. Mas a empresa está preocupada com o fato de que reduções abruptas de faturamento com publicidade fraudulenta possam afetar suas projeções de negócios, de acordo com um documento de 2025 que discute o impacto da “receita violadora” – dinheiro de anúncios que violam os padrões da Meta, como fraudes, jogos ilegais, serviços sexuais ou produtos de saúde duvidosos.

Os documentos observam que a Meta planeja tentar reduzir a parcela da receita do Facebook e do Instagram derivada de anúncios fraudulentos. Enquanto isso, a Meta reconheceu internamente que as multas regulatórias para anúncios fraudulentos são certas e prevê penalidades de até US$ 1 bilhão, de acordo com um dos documentos obtidos pela Reuters.

Mas essas multas serão muito menores do que o faturamento que a Meta tem com anúncios fraudulentos, afirma um documento separado de novembro de 2024. A cada seis meses, a Meta ganha US$3,5 bilhões apenas com a parte dos anúncios fraudulentos que “apresentam maior risco legal”, diz o documento, como aqueles que afirmam falsamente representar uma marca de consumo ou uma personalidade pública ou que demonstram outros sinais de fraude. Esse valor quase certamente excede “o custo de qualquer acordo regulatório envolvendo anúncios fraudulentos”.

Em vez de concordar voluntariamente em fazer mais para examinar os anunciantes, afirma o mesmo documento, a liderança da empresa decidiu agir apenas em resposta a uma ação regulatória iminente.

Stone contestou as afirmações dos documentos estratégicos de que a Meta só deveria agir se fosse forçada. Essa não é a política da empresa, disse ele.

A Meta também impôs restrições quanto à quantidade de receita que está disposta a perder por agir contra anunciantes suspeitos, dizem os documentos. No primeiro semestre de 2025, segundo um documento de fevereiro, a equipe responsável pela verificação de anunciantes questionáveis não tinha permissão para tomar medidas que pudessem custar à empresa mais de 0,15% da receita total da companhia. Isso equivale a cerca de US$135 milhões dos US$90 bilhões que a Meta faturou primeiro semestre de 2025.

“Vamos ser cautelosos”, escreveu o gerente que supervisiona o esforço, observando que a receita permitida incluía anúncios fraudulentos e “benignos” que foram bloqueados por engano. “Temos barreiras específicas para a receita.”

Stone, o porta-voz da Meta, disse que o valor de 0,15% citado veio de um documento de projeção de receita e não era um limite rígido.

Em meio à intensificação da pressão para fazer mais para combater os golpes em suas próprias plataformas, os executivos da Meta apresentaram a Zuckerberg, em outubro de 2024, um plano para o que eles chamaram de abordagem moderada para a aplicação de golpes. Em vez de uma rápida repressão, a empresa concentraria seus esforços em países onde temia uma ação regulatória de curto prazo, de acordo com um documento que delineava a estratégia.

Após a reunião com o Zuckerberg, os executivos da Meta encarregados de reforçar a integridade das plataformas da empresa decidiram tentar reduzir a porcentagem de receita atribuível a fraudes, jogos ilegais e produtos proibidos de uma estimativa de 10,1% em 2024 para 7,3% até o final de 2025. Até o final de 2026, a Meta pretende reduzir ainda mais esse número para 6% e, em seguida, para 5,8% em 2027, segundo o memorando de estratégia e outros documentos vistos pela Reuters.

Aumento na fraude
Em 2022, segundo um documento daquele ano, a Meta descobriu uma rede de seis dígitos de contas que fingiam ser membros das forças armadas dos Estados Unidos em zonas de guerra. As contas enviavam milhões de mensagens por semana tentando convencer os usuários do Facebook a doarem dinheiro. “Sextorsão” – na qual os golpistas obtêm imagens sexuais de um usuário, geralmente um adolescente, sob falsos pretextos e depois o chantageiam – também estava se tornando comum nas plataformas da Meta. E uma enxurrada de contas falsas que fingiam ser celebridades ou representar grandes marcas de consumo enganavam usuários em todo o mundo.

Mas, apesar do aumento das fraudes online, outro documento de 2022 observa a “falta de investimento” da empresa na detecção automatizada de fraudes naquela época. A Meta classificou os anúncios fraudulentos como um problema de “baixa gravidade”, considerando-os como uma “experiência ruim para o usuário”, diz o documento.

Os documentos vistos pela Reuters mostram que, na época, a Meta orientou os funcionários a se concentrarem principalmente em fraudadores que se disfarçavam de celebridades e usurpavam grandes marcas. Esses “golpes de falsificação de identidade” corriam o risco de incomodar anunciantes e figuras públicas, segundo um documento de 2022, e, portanto, ameaçavam reduzir o envolvimento do usuário e a receita.

Mas as demissões em massa em andamento na Meta estavam dificultando os trabalhos. Um documento de planejamento para o primeiro semestre de 2023 observa que todos os que trabalhavam na equipe que lidava com as preocupações dos anunciantes sobre questões de direitos de marca haviam sido demitidos. A empresa também estava dedicando recursos tão intensamente à realidade virtual e à IA que os membros da equipe de segurança receberam ordens para restringir o uso dos recursos de computação da Meta. Eles foram instruídos apenas a “manter as luzes acesas”.

Stone disse que, embora tenham ocorrido demissões em massa, a empresa expandiu substancialmente o número de funcionários que combatem publicidade fraudulenta nos últimos anos.

A Meta também ignorou a grande maioria das denúncias de golpes feitas por usuários, conforme indica um documento de 2023. Naquele ano, a equipe de segurança estimou que os usuários do Facebook e do Instagram apresentavam semanalmente cerca de 100.000 denúncias válidas de mensagens enviadas por fraudadores, diz o documento visto pela Reuters. Mas a Meta ignorou ou rejeitou incorretamente 96% delas.

A equipe de segurança da Meta resolveu fazer melhor. No futuro, a empresa espera rejeitar não mais que 75% das denúncias válidas de fraude, de acordo com outro documento de 2023.

Erin West, ex-promotora do condado norte-americano de Santa Clara que agora dirige uma organização sem fins lucrativos dedicada ao combate a fraudes, disse que a resposta padrão da Meta aos usuários que sinalizavam fraudes era ignorá-los.

“Não sei se já vi algo ser retirado do ar como resultado de uma única denúncia de usuário”, disse ela.

Em outubro passado, uma recrutadora da Força Aérea Real Canadense acordou e viu que sua conta do Facebook estava bloqueada. A mulher, que falou sob condição de anonimato devido ao seu status militar, havia sido hackeada.

Logo, uma foto de um crachá de emprego falso com o rosto dela apareceu em sua conta, juntamente com o texto: “Estou muito feliz em anunciar que sou certificada em criptomoedas.”

A recrutadora disse que imediatamente registrou várias denúncias na Meta. Com o passar das semanas sem resposta, sua conta começou a alegar que ela havia ficado rica com criptomoedas – até mesmo adquirindo um terreno para a casa dos sonhos – e que queria dar a mesma oportunidade a seus amigos.

A recrutadora disse que seu supervisor tentou pedir ajuda à polícia canadense, mas foi informado de que a Meta não costuma responder a denúncias de contas hackeadas feitas pelas autoridades. Assim, a recrutadora avisou seus amigos para não interagirem com a conta falsa e pediu que eles também a denunciassem para a empresa.

Questionada sobre o incidente, a Real Polícia Montada do Canadá afirmou que levanta regularmente denúncias de abuso em plataformas como as da Meta, mas se recusou a comentar o caso específico.

Mas nada aconteceu. Após cerca de um mês, Mike Lavery, um ex-oficial do exército canadense com quem a recrutadora havia trabalhado anos antes, ligou para ela. Ele havia perdido 40 mil dólares canadenses (cerca de US$28.000) depois de investir no golpe das criptomoedas que mostrava o rosto dela.

“Pensei que estava falando com um amigo de confiança que tinha uma reputação muito boa”, disse Lavery à Reuters sobre a conta do Facebook sequestrada. “Por causa disso, minha guarda estava baixa.”

A recrutadora disse que chorou quando Lavery lhe contou o que havia acontecido. “As pessoas estavam sendo prejudicadas porque confiavam em mim”, disse ela. Ela disse que pediu aos amigos que continuassem a denunciar a conta desonesta.

“Dezenas de pessoas denunciaram, várias vezes cada uma”, disse ela, estimando que a Meta recebeu mais de 100 denúncias. Quando Meta finalmente tirou do ar a conta hackeada, pelo menos quatro outros militares já tinham sido enganados, disse ela.

Brian Mason, um investigador da Polícia de Edmonton, no Canadá, conseguiu ajudar a rastrear 65.000 dólares canadenses dos fundos roubados das vítimas até a Nigéria. Mas a recuperação do dinheiro provavelmente seria difícil ou impossível, disse ele à Reuters, porque “o dinheiro foi convertido em contas bancárias na Nigéria, nas quais não podemos tocar”.

A Meta se recusou a comentar sobre a conta hackeada do recrutador da Força Aérea ou sobre suas vítimas.

Como a Meta fiscaliza fraudes
Internamente, a Meta se refere a fraudes como essa como “orgânicas”, o que significa que elas não envolvem anúncios pagos em suas plataformas. Os golpes orgânicos incluem anúncios classificados fraudulentos colocados gratuitamente no Facebook Marketplace, perfis de namoro falsos e charlatões que promovem curas falsas em grupos de tratamento de câncer.

De acordo com uma apresentação de dezembro de 2024, a base de usuários do Meta está exposta a 22 bilhões de tentativas de golpes orgânicos todos os dias. Isso se soma aos 15 bilhões de anúncios fraudulentos apresentados aos usuários diariamente.

Alguns dos documentos indicam que a Meta fiscaliza a fraude de uma forma que não consegue capturar grande parte da atividade ilegal em suas plataformas.

Depois que a polícia de Cingapura forneceu à empresa uma lista de 146 exemplos de golpes direcionados aos usuários daquele país no último outono, a equipe da Meta descobriu que apenas 23% realmente violavam as políticas da plataforma. Os outros 77% “violam o espírito da política, mas não a letra”, diz uma apresentação da Meta sobre os relatórios policiais.

O marketing enganoso sinalizado pela polícia de Cingapura, sobre o qual a Meta não agiu, incluiu ofertas “boas demais para serem verdadeiras” de 80% de desconto em uma marca de grife, promoções de ingressos falsos para shows e anúncios de emprego publicados por entidades que falsamente alegam ser grandes empresas de tecnologia.

Outros funcionários de segurança da Meta também documentaram casos em que as regras da empresa sobre fraudes não pareciam cobrir comportamentos obviamente ruins. Em abril, a equipe observou que havia descoberto US$250 mil em anúncios de criptomoedas fraudulentos de uma conta que dizia pertencer ao primeiro-ministro do Canadá.

“As políticas atuais não sinalizariam essa conta!”, diz um documento interno visto pela Reuters. Stone, o porta-voz da Meta, disse que os anúncios foram removidos por outros motivos. O gabinete do primeiro-ministro canadense não respondeu a um pedido de comentário.

Maiores golpistas e lances de penalidade
Mesmo quando os anunciantes ilegais são pegos em flagrante, as regras da Meta podem ser brandas, segundo os documentos. Um pequeno anunciante teria que ser sinalizado por promover fraude financeira pelo menos oito vezes antes que o Meta o bloqueie, afirma um documento de 2024 visto pela Reuters. Alguns anunciantes que investem altas somas – conhecidos pela empresa como “contas de alto valor” – poderiam acumular mais de 500 advertências sem que o Meta fechasse suas contas, dizem outros documentos.

Campanhas publicitárias fraudulentas podem atingir grandes proporções: Quatro campanhas removidas pela Meta no início deste ano foram responsáveis por US$67 milhões em receita mensal de publicidade, segundo um documento analisado pela Reuters.

Para chamar a atenção para as falhas percebidas pela empresa, um funcionário da Meta no início deste ano começou a emitir relatórios destacando o “Scammiest Scammer” (Golpista mais fraudulento) de cada semana. O relatório mostrava o perfil do anunciante que havia recebido o maior número de reclamações de usuários sobre golpes na semana anterior.

Os pares elogiaram a iniciativa. Mas o fato de ser citado no relatório nem sempre foi suficiente para que essas contas fossem fechadas. Uma verificação feita pela Reuters de cinco contas citadas em um relatório Scammiest Scammer descobriu que duas ainda estavam ativas mais de seis meses depois, incluindo uma que exibia anúncios de cassinos online não licenciados. 

Reuters
i. 06/11/2025 - 16:32
Reuters
https://istoedinheiro.com.br/autor/reuters

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

O mesmo produtor do documentário 'FAKE JUDGE' sobre um psicopata de toga o rábula déspota tirano e projeto fracassado de ditador autocrata, o cabeça de rola e xerife de revista em quadrinhos Alexandre de Moraes, integrante da côrtezinha perdulária Luiz XVI tupiniquim, vulgo STF. O jornalista português Sérgio Tavares, prepara a segunda parte desse documentário 'FAKE JUDGE 2' agora tendo como protagonista outro rábula déspota tirano de toga o Gilmar Mendes. A tal suprema côrte de justiça do Bostil vulgo Brasil, dos seus onze integrantes só um foi juíz de verdade Luis Fux, o restante, ou seja, os dez, nunca passaram de reres advogados e muito"porta de cadeia", os que tentaram concursos para juíz, e de instâncias inferior, nunca passaram, ou seja, perderam por incompetência e incapacidade, mas por serem amigos por conveniência dos presidentes estes os indicaram e nomearam ministro da maior côrte de justiça do país, não é por acaso que se vê tantos erros crassos até de escrita, destes indivíduos, sem falar os de total desconhecimento das leis, assim como claro da parcialidade com que atuam quando o assunto é do interesse seu e de seus "chefes".

Abra o link abaixo para saber mais!

https://youtube.com/shorts/0EV7Ny5c4QA?si=cvL-uwCIY4EQet5J


Brasil, um agiota cleptocrata compulsivo!

 

Juros da dívida: um assalto normalizado

Desde 1997, o rentismo já drenou R$ 11,5 trilhões do orçamento público. No último ano, foram R$ 900 bi. Haddad abraça forte o “ajuste fiscal” e sociedade pouco debate essa parasitagem. É urgente mudança nas definições legais e institucionais que permitem este absurdo


O Banco Central (BC) divulgou no dia 31 de outubro as informações relativas ao desempenho fiscal do governo para o mês de setembro. O material oferece um conjunto amplo de dados estatísticos a respeito da situação das contas públicas do governo federal, com foco em sua dimensão monetária e financeira. A identificação do quadro mais geral apresentado pelo documento “Estatísticas Fiscais – Nota à Imprensa” reafirma a preocupação que devemos ter com as avaliações que os grandes meios de comunicação sempre reproduzem a respeito da tal da “responsabilidade fiscal”.


Os propagandistas da falácia da austeridade na grande imprensa costumam chamar a atenção para aquilo que qualificam malandramente de “gastança governamental”. No entanto, o detalhe é que eles se referem tão somente aos gastos primários. Assim, ficam de fora desta contabilidade muito peculiar, sempre tão ao agrado do povo do financismo, todas as despesas orçamentárias de natureza financeira. Esse raciocínio tautológico só fica de pé em razão de uma definição metodológica muito peculiar: os dispêndios classificados como “primários” incluem apenas as rubricas não-financeiras. Neste conjunto, portanto, estão itens como previdência social, educação, saúde, assistência social, salários de servidores, segurança pública etc. Mas ficam de fora deste cálculo todas as despesas realizadas com o pagamento de juros da dívida pública.


Esta distorção vem sendo mantida desde a década de 1980, quando houve um longo processo de crise das dívidas externas dos países do então chamado Terceiro Mundo. Deu-se um longo processo de renegociação das mesmas sob a coordenação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Tesouro dos EUA, em um período já marcado pela vigência dos primeiros traços daquilo que viria a ser chamado de Consenso de Washington. Assim, nas novas regras para as dívidas que vinham sendo reestruturadas, foi introduzida a cláusula de que os governos assumiriam um compromisso efetivo com a geração de “superávit fiscal primário”. A intenção era assegurar que uma parcela do resultado das contas públicas fosse canalizada diretamente para o pagamento das obrigações com o endividamento público externo.


Juros da dívida: um assalto normalizado

Desde 1997, o rentismo já drenou R$ 11,5 trilhões do orçamento público. No último ano, foram R$ 900 bi. Haddad abraça forte o “ajuste fiscal” e sociedade pouco debate essa parasitagem. É urgente mudança nas definições legais e institucionais que permitem este absurdo


O Banco Central (BC) divulgou no dia 31 de outubro as informações relativas ao desempenho fiscal do governo para o mês de setembro. O material oferece um conjunto amplo de dados estatísticos a respeito da situação das contas públicas do governo federal, com foco em sua dimensão monetária e financeira. A identificação do quadro mais geral apresentado pelo documento “Estatísticas Fiscais – Nota à Imprensa” reafirma a preocupação que devemos ter com as avaliações que os grandes meios de comunicação sempre reproduzem a respeito da tal da “responsabilidade fiscal”.


Os propagandistas da falácia da austeridade na grande imprensa costumam chamar a atenção para aquilo que qualificam malandramente de “gastança governamental”. No entanto, o detalhe é que eles se referem tão somente aos gastos primários. Assim, ficam de fora desta contabilidade muito peculiar, sempre tão ao agrado do povo do financismo, todas as despesas orçamentárias de natureza financeira. Esse raciocínio tautológico só fica de pé em razão de uma definição metodológica muito peculiar: os dispêndios classificados como “primários” incluem apenas as rubricas não-financeiras. Neste conjunto, portanto, estão itens como previdência social, educação, saúde, assistência social, salários de servidores, segurança pública etc. Mas ficam de fora deste cálculo todas as despesas realizadas com o pagamento de juros da dívida pública.


Esta distorção vem sendo mantida desde a década de 1980, quando houve um longo processo de crise das dívidas externas dos países do então chamado Terceiro Mundo. Deu-se um longo processo de renegociação das mesmas sob a coordenação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Tesouro dos EUA, em um período já marcado pela vigência dos primeiros traços daquilo que viria a ser chamado de Consenso de Washington. Assim, nas novas regras para as dívidas que vinham sendo reestruturadas, foi introduzida a cláusula de que os governos assumiriam um compromisso efetivo com a geração de “superávit fiscal primário”. A intenção era assegurar que uma parcela do resultado das contas públicas fosse canalizada diretamente para o pagamento das obrigações com o endividamento público externo.


Juros da dívida: distorção regressiva

No caso brasileiro, em particular, esta diretriz estratégica tornou-se uma orientação generalizada de conduta de política econômica. Os sucessivos governos passaram a se preocupar com a obtenção de superávit primário e o conceito foi, inclusive, introduzido com uma exigência na Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000 e está presente também no Novo Arcabouço Fiscal (lei complementar 200/23), o chamado Teto do Hadad que substituiu o Teto de Gastos do Temer. Uma das consequências mais perversas desse tipo de orientação foi o aprofundamento do processo de financeirização de nossa economia, bem como das finanças públicas brasileiras. Pouco a pouco, as despesas primárias foram sendo reduzidas em termos relativos e as despesas financeiras foram crescendo e ganhando importância no conjunto da execução orçamentária. Esse movimento colocou de ponta cabeça a lógica de priorização das despesas de natureza social e de estímulo aos investimentos públicos. A limitação do gasto em políticas públicas voltadas à maioria da população abriu o caminho para a privatização dos serviços públicos. Por outro lado, a ausência de limites legais para os dispêndios financeiros fez com que as contas de pagamento de juros se convertessem naquelas que apresentam a maior contribuição deficitária para a contabilidade pública de nosso país.


Ao longo de setembro recente, o governo gastou R$ 85 bilhões a título de pagamento de juros da dívida pública. Apesar de não se caracterizar como o mês de maior valor pago para esta rubrica, o total acumulado dos últimos 12 meses marca, este sim, um recorde e atingiu a marca de R$ 985 bi. O montante equivale a 7,9% do PIB. Uma loucura! Apesar da evidência de tal regressividade na aplicação dos recursos públicos, a equipe comandada por Fernando Haddad segue com sua injustificável obsessão com as metas de austericídio fiscal. Além de provocar enorme desgaste político para o governo do presidente Lula, o ministro da Fazenda insiste em sua saga de efetuar cortes e mais cortes exclusivamente nos programas de políticas sociais voltados à maioria da população.


Austeridade no social e liberou geral para o financismo

Para além dos condicionantes derivados do Novo Arcabouço Fiscal (NAF) que ele mesmo elaborou e apresentou ao seu chefe logo no início do terceiro mandato, Haddad confere um toque de sofisticação de maldades. Não satisfeito em ter de cumprir as regras do NAF, ele mesmo se propõe a atingir uma meta suicida em termos de resultado fiscal primário. Ao se propor a buscar o equilíbrio entre receitas e despesas orçamentárias para 2025, ele mesmo obriga o próprio governo a efetuar cortes e mais cortes em todas as despesas que não sejam os juros. O elemento trágico nesse processo é que o déficit fiscal permanece em níveis trilionários, uma vez que o cálculo que interessa em termos macroeconômicos é o “déficit nominal”, que engloba o conjunto das despesas — incluindo o montante relativo aos juros. Segundo o relatório do BC, esse número atingiu em setembro R$ 1,02 trilhão para os últimos 12 meses. Isso representa 8,2% do PIB.


Apesar da evidente desproporção entre os valores de despesa primária e as financeiras, Haddad permanece obstinado em cortar na área social. Os exemplos mais recentes são as reduções no Benefício de Prestação Continuada (BPC), as dificuldades impostas para o recebimento das prestações vinculadas ao auxílio-doença do INSS, o ataque ao seguro defeso dos trabalhadores que vivem da pesca, entre tantos outros. Além disso, permanecem os malabarismos contábeis para reduzir os pisos constitucionais de saúde e educação, a exemplo do que ocorreu com a recente inclusão das despesas do Programa Pé de Meia na rubrica da educação, quando sempre foi tratado como sendo da esfera da assistência social. Até a própria União Nacional dos Estudantes (UNE) denunciou a manobra.


O fato é que, desde novembro de 2024 até agora, o volume acumulado de 12 meses das despesas com juros da dívida superou o patamar dos R$ 900 bi e se aproxima perigosamente da marca de um trilhão de reais. Com a manutenção da taxa Selic em 15% desde junho de 2025 e o crescimento permanente do estoque da dívida pública, a tendência é de que permaneça esse aumento contínuo nas despesas com juros.

Assim, o que se percebe é uma espécie de “normalização” do novo patamar anual de gastos orçamentários com o pagamento de juros da dívida pública. Trata-se de mais um fenômeno de acomodação a fenômenos trágicos e portadores de elevado grau de desigualdade social e econômica em nosso país. Assim como ocorria com a permanência por longos períodos com elevadas taxas de crescimento dos preços, observa-se mais recentemente o comprometimento de fatias enormes do fundo público com dispêndios destinados aos setores do topo da pirâmide da concentração de renda e patrimônio.


A “normalização” da tragédia

Tudo se passava antes do Plano Real em 1994, como se a sociedade brasileira estivesse viciada e dependente da convivência com taxas muito elevadas ou mesmo com a hiperinflação. Já nos tempos atuais, a “naturalização” de desvio dos valores do Orçamento para esse tipo de dispêndio regressivo é algo que se assemelha a uma patologia disfuncional. Enfim, uma distorção que atende muito bem aos interesses de uma minoria privilegiada e que obriga a grande maioria da sociedade a oferecer a sua “contribuição” para esse mecanismo perverso de apropriação privada dos recursos públicos.

É urgente a mudança nas definições legais e institucionais que permitem este absurdo. Afinal, os números são realmente alarmantes. Desde que a série elaborada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) começou a coletar as informações estatísticas a esse respeito, o comprometimento do orçamento para pagamento de juros só fez crescer. De janeiro de 1997 a setembro de 2025, esse montante chegou a R$ 11,5 trilhões, a valores atualizados.

Matéria Publicada pelo site 

OutrasPalavras

Mercado x Democracia

Por Paulo Kliass

Publicado 04/11/2025 às 18:03

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

O estado já é o pior e mais nefasto dos criminosos, e quando ele se junta ao crime organizado, aí é o pior dos mundos

Um narco-país com um narco-estado e nas mãos de um narco-governo onde facções criminosas, milícias integradas por integrantes dos braços armados do estado opressor nazifascista tupiniquim, disputam o domínio nas favelas, comunidades, periferias e subúrbios nas cidades  do Bostil vulgo Brasil. 

A relação do narco-governo stalinista cleptocrata lulista de toga com as facções criminosas principalmente PCC e CV ou os narcotraficantes, é tão simbiótica e de cumplicidade que Lula e sua quadrilha máfia e organização criminosa Planalto/STF/Congresso, que EMPOLEIRA o desgoverno, prefere perder apoio, principalmente da população vítima dos narcotraficantes, a combater estes, não é por acaso que Lula e sua quadrilha, máfia e organização criminosa rejeita tanto a idéia de classificar estas facções criminosas como grupos terroristas para não perder o apóio do crime organizado. 

Também não foi por acaso que as cadeias e presídios comemoraram quando foi anunciado a eleição de Lula em 2022, assim como Lula e integrantes do seu desgoverno, entram nas zonas controladas pelo tráfico sem nenhum problema muito menos com  aparato de segurança, e até recentemente áudio vazados onde líderes do tráfico, em conversa, diz que não precisa se preocupar pois "...nosso ministro soltará!" 

Tudo isso só serve para mais uma vez provar que vivemos hoje em uma narco-ditadura com um narco-estado a serviço do crime organizado, oficializado e institucionalizado, e nas mãos de um narco-governo stalinista cleptocrata de toga, e isso é fato, assim como é fato que Brasil, Venezuela, Colômbia e México, se tornaram grandes potências do narcotráfico e não só de  drogas como todos os tipos de crime assim como de  facções criminosas e cartéis.

Nas nações primitivas moral, ética, cultural, intelectual e étnica-cultural, os braços armados do estado opressor é a força que, pela discriminação, subjugação, perseguição, opressão e terror contra às castas dominadas e suas rales ou seja a população pobre e miserável, mantém o sistema dominante e suas elites privilegiadas, as instituições podres, os políticos e governantes autoritários, arbitrários, autocratas, corruptos e ladrões no poder, sem estes braços opressores esse sistema dominante e suas elites privilegiadas, às instituições podres do estado e os políticos e governantes jamais se sustentariam no poder, ao contrário do discurso mentiroso e enganoso de que polícia e forças armadas existem para manter a ordem e proteger os cidadãos, estes braços armados foram criados exclusivamente para manter no poder e proteger as castas dominantes e suas elites privilegiadas compostas por meia dúzia de ricos e privilegiados eternamente no poder e na dominação das castas dominadas e suas rales, principalmente nas nações subdesenvolvidas, pobres e primitivas moral ética cultural intelectual e étnica-cultural como essa repúblqueta bananeira chamada Brasil ou Bostil, não é por acaso que estes braços opressores armados, jamais se volta contra ricos, poderosos e privilegiados seus"senhores" e a quem os braços armados servem de fato, a opressão e terror destes braços armados, é só e tão somente só contra o povo, a população que constitui às castas dominadas e suas rales, ou a população pobre e miserável, para evitar que essa se revolte contra os eternos privilegiados, os poderosos e ricos, enfim que se revolte contra seus opressores.

 

Site Consultor Jurídico

Opinião

STJ muda posição sobre abordagem policial e fundada suspeita

Diego Renoldi Quaresma de Oliveira

14 de outubro de 2025, 6h03

Constitucional Polícia

Quando éramos crianças, costumávamos brincar de um jogo chamado “polícia e ladrão”. Os “bonzinhos” tinham que encontrar os “caras maus” e, quando isso acontecia, gritava-se para todos ouvirem “pare em nome da lei” e o outro jogador parava imediatamente. Com algumas variantes do jogo, se a polícia conseguisse prender todos os ladrões no tempo estabelecido, ela ganhava. Caso contrário, os ladrões eram declarados vencedores e o jogo acabava.

Já disse em outras oportunidades que, no Brasil, criticar decisões do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores pode soar como antipático. Entretanto, isso precisa ser feito, superando eventuais desconfortos advindos.

Recentemente, foi noticiado nesta ConJur que por 3 votos a 2, no julgamento do HC 888.216/GO, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça considerou válida, dentro da perspectiva da “fundada suspeita” a abordagem e a busca pessoal feita por policiais após contexto de “nervosismo” do cidadão que após a abordagem, confessou estar vendendo drogas [1]. Com a referida decisão, ouve um certo overruling jurisprudencial no tocante à flexibilidade legal na abordagem policial nas duas turmas criminais do Superior Tribunal de Justiça e acendendo um debate que a advocacia criminal e a academia devem protagonizar em razão da redução de direitos fundamentais em jogo. [2]

Feito esse inicial esclarecimento, parece que o STJ quer aplicar o comando “pare em nome da lei” da nostálgica brincadeira ao invés de enxergar o mundo real e o quanto aparentemente inofensivo tirocínio policial prejudica as garantias constitucionais individuais do cidadão, pois é algo puramente subjetivo sem amparo legal que pode trazer consequências irreparáveis. Com isso, a Corte esquece da impreterível necessidade de se existir fundada suspeita para a legitimação da abordagem policial, isto é, de que a ação policial somente é válida se baseada em um juízo de probabilidade de que a pessoa esteja cometendo um delito (justa causa). É o que os americanos chamam de probable cause or reasonable suspicion before the police can sieze, frisk, or search anyone. [3]

Abordagem policial

Em voto vencido no HC 888.216, o ministro Rogério Schietti não teve qualquer dificuldade em manifestar a preocupação de muitos que atuam no Sistema de Justiça Criminal: a de que “[e]stamos voltando aos tempos em que a polícia, simplesmente alegando a suspeita de alguém por nervosismo, autorizava, com esse nervosismo, algo absolutamente subjetivo, a abordagem policial”.

Spacca

Dito de outro modo, sob uma perspectiva constitucional, a polícia em geral não pode com base em mera subjetividade e ausência de concretude ser livre para perseguir, apontar armas ou determinar a parada para busca pessoal em um cidadão sem que se esteja diante de uma das hipóteses do §2º do artigo 240 do Código de Processo Penal, que diz: “Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior”. [4]

O artigo 244 do Código de Processo Penal vem “completar” a questão da busca pessoal dizendo que esse tipo de procedimento não depende de mandado judicial apenas em três situações: no caso de prisão; quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou objetos que constituam indícios de delito; ou quando for determinada no âmbito de busca domiciliar.

Se, por outro lado, na presença policial o cidadão parecer nervoso, apertar o passo ou entrar na residência, a abordagem policial não está legal e constitucionalmente justificada.

Intimidação e coerção

Dada a infeliz recorrente violência e seletividade policial, a população, principalmente aquela que reside nas periferias, compreende que ser perseguida pela polícia é uma clara forma de intimidação e coerção, além do próprio constrangimento que causa. À polícia, é necessário accountability. As maiores mentiras contadas em ações penais que versão tráfico de drogas apenas para listar duas são: “o suspeito foi preso em local conhecido por ser ponto de tráfico de drogas”, e “perseguido, o suspeito jogou uma sacola contendo entorpecentes”. [5]

No mesmo sentido e para finalizar, valendo-se mais uma vez do que disse o ministro Schietti, o tema “afeta a vida de qualquer pessoa que esteja transitando nas ruas e que possa estar sujeita a uma abordagem policial sem a objetividade que se espera, conforme o Estado Democrático de Direito”.

O Poder Judiciário deve encontrar uma reposta adequada à Constituição sobre o tema do exercício do poder de polícia e a redução de direitos fundamentais e não ser parte do problema, até porque, se assim o for, além de transformar em arrematada ficção o que diz a lei e a Constituição, o resultado será desenterrar o velho problema romano de “quem vigia os vigilantes?”.

[1] Aqui

[2] A 6ª Turma do STJ já havia decidido no RHC 158.580, que a revista pessoal ou veicular baseada exclusivamente em “atitude suspeita” é ilegal. Em 2023, no AgRg no HC 747.421, a 5ª Turma entendeu há época que o nervosismo do suspeito, percebido pelos policiais, não é suficiente para caracterizar a fundada suspeita para fins de busca pessoal, uma vez que essa percepção é excessivamente subjetiva.

[3] Ver: DERSHOWITZ, ALAN. Stop in the name of the law, p. 149, in: Contrary to popular opinion, New York, Berkley Books, 1994.

[4] Infelizmente, como ressalta LOPES JR. Aury. (Direito processual penal. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 574 e 575) a fundada suspeita é uma cláusula genérica, de conteúdo vago, impreciso e indeterminado, que remete à ampla e plena subjetividade (e arbitrariedade) do policial (…) Trata-se de ranço autoritário de um Código de 1941.

[5] Isso é algo tão comum nos EUA que a doutrina e jurisprudência de lá até dão um nome para esse comportamento, chamando-o de “dropsy” testimony. Sobre o tema, ver: DERSHOWITZ, Alan, ob. cit. p. 149.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

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