Policiais mataram Yago Gabriel Pires de Oliveira, de 20 anos, esta terça (7/10) na favela do Parolin, em Curitiba — moradores gravaram parte da ação. Comunidade diz que PM de Ratinho Junior (PSD) atua como grupo de extermínio no local
Um jovem negro de 20 anos foi morto a tiros pela Polícia Militar do Paraná (PM-PR) dentro de casa na favela do Parolin, em Curitiba, na manhã desta terça-feira (7/10). A vítima do caso, Yago Gabriel Pires de Oliveira, dormia em um sofá junto do irmão mais novo, de apenas nove anos, quando os policiais chegaram ao local, o levaram para uma área externa do imóvel e o mataram.
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O imóvel de dois andares no qual Yago vivia reúne três moradias, divididas entre familiares, incluindo oito crianças, e um galpão onde parte deles trabalha com reciclagem, como é o caso da própria vítima. Os policiais militares chegaram ao local pouco antes das 6h, com um mandado de busca e apreensão em mãos. Ao entrarem no imóvel, sem declararem o motivo, passaram a perguntar o nome de cada morador, até subirem por uma escada ao segundo andar e renderem o jovem, que vestia apenas uma bermuda.
Ele foi levado então ao galpão e ali foi baleado com mais de dez tiros. Enquanto a vítima era atingida, os familiares foram mantidos na parte residencial do imóvel, sob a mira das armas de outros PMs. Uma das pessoas ainda conseguiu filmar Yago sendo arrastado por um policial — o jovem clamava por socorro, ensanguentado. O vídeo foi divulgado, a princípio, pelo site de notícias Plural, de Curitiba.
‘Foi para matar mesmo, foi execução’
Conforme apurou a Ponte, a família não pôde se aproximar do jovem baleado, mantida sob ameaça dos policiais. Uma ambulância chegou ao local em cerca de 15 minutos, mas foi dispensada pelos PMs sem que os socorristas entrassem no imóvel, quando Yago ainda agonizava vivo.
Quase uma hora depois, chegou à residência uma nova ambulância, ocasião em que foi confirmado que a vítima já estava morta. O corpo de Yago ficou estirado em uma balança, cercado de latinhas.
“O que fizeram foi desumano. O policial arrastou ele igual a um animal. Até agora está cheio de sangue no galpão. Tem latinha furada de tiro. Se você quer conter uma pessoa, daria um tiro na perna. Mas eles deram todos os tiros na barriga, no tórax. Foi para matar mesmo. Foi execução”, relatou uma pessoa.
atuação voltados à priorização e qualificação deste tipo de apuração.
Sobre o caso específico, tem-se a informar que já houve a comunicação da ocorrência referida na mensagem ao Gaesp, tendo igualmente sido realizado o repasse de informações à 7ª Promotoria de Justiça de Prevenção e Persecução Criminal de Curitiba para, naquele âmbito, adotará as providências legais necessárias que busquem assegurar à realização de uma apuração imparcial do caso noticiado, como desdobramento da missão constitucional do Ministério Público de exercer o controle externo da atividade policial.
*Reportagem atualizada às 16h de 8 de outubro de 2025 para acrescentar posicionamentos da PM-PR e do MP-PR.
**Reportagem atualizada às 11h de 9 de outubro de 2025 com uma correção: Alexsandro dos Santos, de 35 anos, era morador da favela do Parolin, mas foi morto por policiais em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba.
Matéria Originalmente Publicada pelo Portal PONTE JORNALISMO.
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