A frase não é sobre insetos.
Nunca foi.
As saúvas sempre foram o sistema.
O que rói por dentro enquanto promete ordem.
O que se reproduz no escuro, mas governa à luz do dia.
No passado, eram pragas no campo.
Hoje, são instituições parasitas, elites blindadas, tecnocracias sem povo, moralismos armados, autoritarismos reciclados e progressos que só avançam para cima.
Toda vez que alguém diz “é preciso acabar com as saúvas”, o roteiro é o mesmo:
— corta-se direito,
— cala-se crítica,
— criminaliza-se a pobreza,
— concentra-se poder.
E chamam isso de salvação nacional.
Mas a verdade é simples e incômoda:nenhum formigueiro autoritário extermina saúvas — ele só as organiza melhor.
As saúvas modernas usam farda, toga, púlpito, planilha, algoritmo.
Elas não comem folhas. Comem futuro.
O Bostil não está ameaçado pelo caos.
Está ameaçado pela ordem que nunca funcionou para quem vive fora do centro do poder.
Quando o “progresso” exige silêncio, obediência e medo, ele não é progresso — é veneno de longo prazo.
Quando o Estado diz que precisa ser forte para salvar o país, quase sempre está forte contra o país.
Ou o Bostil acaba com as saúvas do poder, ou continuará sacrificando gente em nome de um país que nunca chega.
E se isso soa radical, é porque o parasitismo virou normal.
Quem chama isso de extremismo já escolheu seu lado. é a favor do formigueiro que o devora.
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