TÃO CRÍTICO QUANTO ÁCIDO, TÃO QUESTIONADOR QUANTO CAUSTICO, TÃO CONTESTADOR QUANTO CORROSIVO E TÃO POLÊMICO QUANTO ANÁRQUICO. ESSE É ANARCHY NOW! UM BLOG "OUTSIDE", "REBEL", "ANARCHIST", "ATHEIST", INCONFORMISTA E LIBERTÁRIO, CONTEXTUALIZADOR CONTENDO CRÍTICAS, QUESTIONAMENTOS E CONTESTAÇÕES SOBRE TUDO ESPECIALMENTE SOBRE AS MEDIOCRIDADES E INFERIORIDADES DO BRASIL E DOS BRASILEIROS.
“SOU ANTI!”
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
Alienação, devaneio, esquizofrenia, manipulação e estupidez ou primitivismo moral e racional, assim vivem os brasileiros. Os povos e nações que evoluíram e civilizaram-se, mesmo com todas as mediocridades da espécie humana, por estas desconhecer totalmente o primitivismo moral cultural e étnica-cultural do brasileiro não conseguem entender como um povo ou uma população esmagadoramente pobre e carente de tudo que vive em um estado completo de abandono pelo estado e sob exclusão exploração discriminação segregação e perseguição social escandalosa e vergonhosa, além de uma violência bestial, seja entre indivíduos, seja do estado contra os indivíduos pobres e miseráveis, fruto desse fosso social abissal existente entre os ricos abastados e os pobre e miseráveis, promovido pelas castas dominantes e suas elites privilegiadas podres acessoradas e patrocinadas pelo estado e suas instituições podres. Diante de tudo isso os povos evoluídos e civilizados, não conseguem entender como o brasileiro, principalmente os pertencentes às castas dominadas e suas rales, ou seja, os pobres e miseráveis, consegue ser tão alienado conformado e resignado com condição de primitivismo moral ética cultural e étnica-cultural, enfim com suas próprias desgraças, além de inconsequente, como se o mundo e principalmente seu mundo ou realidade, fosse um mar de rosas e estes vivessem em um verdadeiro paraíso, ou mesmo sua condição fosse algo inexorável e onde tudo pode ser resolvido de golpe em golpe ou na base de falcatruas roubalheiras e corrupção, seja no seu dia a dia, seja com a chegada de um "salvador da pátria" e claro com todos dançando e pulando carnaval, queimando ao sol na praia, vivendo um eterno devaneio futebolístico, comendo churrasco de carne estragada e bebendo cervejas ordinárias, assim como ouvindo uma poluição sonora que chamam pretenciosamente de música, enquanto o circo pega fogo. Para outros povos que já tiveram uma realidade semelhante e muitos até piores a que vivem os brasileiros e só conseguiram sair evoluir conquistar a qualidade de vida que possuem hoje, sabem que só com muita luta sofrimento dor e perdas é que conseguiram conquistar o que tem, e como estes povos desconhecem totalmente o quão primitivo, moral cultural étnica-cultural e até racional, é o brasileiro, se torna impossível compreender que possa existir um povo como o brasileiro, até porque entender o brasileiro sob a ótica da razão carece de uma tese de doutorado que abrange todo um contexto tanto histórico, quanto étnica-cultural.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024
O Brasil agora nem os chamados "vôos de galinha!" conseguem mais!
Segundo as projeções do FMI para crescimento das economias mundial, a repúbliqueta bananeira chamada Brasil, nem seus conhecidos "vôo de galinha" de outras épocas conseguirá dá, já que sequer sairá do chão, com um pífio crescimento previsto para 2024 e 2025 de no máximo míseros 1,7% e 1,9% do PIB, enquanto a economia global crescerá 3,1 e 3,2%
O Brasil além de ficar longe das dez economias que mais crescerão e ainda ter um dos piores desempenho do mundo, inclusive sendo o pior do tal BRICS, pior até do que a Rússia que está em guerra e isolada do mundo pelas sansões bloqueios etc, e dependendo basicamente da China para não morrer asfixiada economicamente.
Esse é o Brasil de sempre, mas com seu presidente bravateiro blefador e oportunista que vive tentando "tapar o sol com uma peneira" para iludir sua patuleia desvairada fundamentalista Lula-petista.
O Brasil é o chamado, o país que "foi sem nunca ter sido", ou seja, o país do futuro, afinal esse clichê fascista foi criado pelos desgovernos tupiniquim para iludir as massas burras e de manobras e assim fazê-las acreditar nas mentiras históricas contadas sobre o Brasil e seu povinho primitivo, já que a verdade provocaria uma crise de identidade e existencial nessa republiqueta bananeira e esgoto chamado Brasil e isso atrapalharia os planos dos governantes e políticos de continuar vendendo seu "peixe podre" para essa nação de primitivos, que como já foi dito por estudiosos, estão condenados, pelo seu primitivismo moral ético cultural intelectual e étnica-cultural, a no máximo ser o primeiro, mas dos últimos no contexto mundial.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024
A história de um mito chamado Deus!
Em um minúsculo e insignificante planeta, de um também insignificante sistema planetário existente em uma das mais de cem bilhões de galáxias existente no universo, possa existe um ser que ignorou todas as outras espécies de seres, humanos ou não, existentes nesse incomensurável universo, para fazer desse "invisível" planeta por acaso chamado Terra de "sua terra prometida."
Aos criadores dessa historieta chamada Deus, fica algumas das muitas indagações, como por exemplo, como conceber que possa existir um pai tão "desnaturado" assim capaz de tamanho sadismo, rancor, ressentimento e desejo de vingança contra seus filhos!
Afinal, antigamente não existia o conhecimento que a ciência tem hoje, não existia sequer o básico que assegurava nem mesmo o direito a vida, como por exemplo tratamentos, remédios e vacinas eficientes etc, e contrair uma simples gripe ou qualquer tipo de infecção significava uma provável sentença de morte, morria-se por qualquer motivo que necessitasse de cuidados mínimos.
Mas o Deus todo poderoso oniciente, onipresente e onipotente, existia e estava lá, segundo os teistas, aqueles que acreditam nele.
Só para ficar na questão da saúde humana sem contar as tragédias provocadas ou não pelos humanos, como por exemplo as guerras, inclusive aquelas em nome dele Deus, com irmãos matando irmãos, pais matando filhos e filhos matando pais.
Mas apesar de todas estas desgraças ainda tinha outras, com as pessoas tendo uma expectativa de vida quando muito de no máximo 1/3 da expectativa que tem hoje, pois morriam devido a qualquer doença que contraissem, principalmente as infecciosas, e se fosse ainda contagiosa pouquíssimos sobreviviam, epidemias e pandemias de tempos em tempos devastavam populações quase inteiramente, peste negra, gripe espanhola ou influenza, varíola, febre amarela, febre tifóide, tuberculose etc, foram só algumas das doenças que devastaram a humanidade quase levando a extinção da espécie humana.
Mas o tal Deus todo poderoso estava lá, contemplando impávido seus filhos morrerem de graça com ele podendo fazer um mínimo para salva-los, mas nada fazia só contemplava sadicamente milhões e milhões de "seus filhos" morrer como insetos sendo exterminados por inseticida.
Diante de tudo isso, a única conclusão a luz da razão que se pode chegar é, uma das duas, uma, esse tal Deus não é nada do que quem acredita nele diz, ou seja, ele não passa de uma grande farsa, ou ele nunca existiu, mas se por acaso ele tivesse existido ele seria um ser tremendamente cruel, um sádico perverso e insano, além de vingativo contra os seus filhos ditos infiéis.
Toda essa polêmica gerada entorno da declaração de Lula sobre comparar o holocausto palestino promovido por Israel, ao holocausto judeu, promovido pelo nazismo, o que é fato reconhecido e admitido até por judeus rabinos. O fato é que Lula só agora "desceu do muro", com relação a Israel, depois que o mundo já tinha condenado o estado judeu, pelo genocídio e extermínio promovido por Israel em Gaza, mesmo que já se sabe que Israel já vem impondo práticas nazistas contra os palestinos desde a criação do estado judeu em terras palestinas em 1948 por imposição dos Estados Unidos e seus aliados europeus após o fim da segunda grande guerra.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
"O mundo não é feito pela e para as minorias rebeldes ou excessões às regras, que invariavelmente são ignoradas excluídas e discriminadas, mas sim é pensado e feito pela e para a maioria que obedecem como gado estas regras facilitando assim o domínio pelo sistema, além dos polpudos lucros que proporcionam a esse sistema!"
domingo, 18 de fevereiro de 2024
Um inimigo dos indivíduos comuns chamado estado
Se o estado já é invariavelmente o maior inimigo dos indivíduos, o estado brasileiro e suas instituições pode ser considerado um terrorista para os cidadãos ou indivíduos comuns, ou seja, aqueles que não pertence as castas dominantes e suas elites privilegiadas que são protegidas e beneficiadas pelo estado serviçal do sistema dominante que por sua vez é controlado por estas castas.
O estado é o maior e mais perigoso inimigo dos indivíduos comuns afinal é esse estado que cria suas instituições para estas lhes servir como por exemplo criando as leis que torna o estado monopolista em todos os sentidos inclusive com o poder monopolista de determinar o que é ou não certo para ele e julgar condenar e executar tudo que lhe contraria ou contraria os interesses, invariavelmente escusos, dos donos do poder as castas dominantes e suas elites privilegiadas, a quem o estado serve verdadeiramente.
Esse estado com suas instituições, são capazes de tudo contra os indivíduos, principalmente os indivíduos comuns, aqueles pertencentes as castas dominadas e suas rales, ou seja, os pobres e miseráveis. o estado com sua imunidade e impunidade pode e invariavelmente pratica todos os tipos de violações e usurpação dos direitos dos indivíduos comuns desde explorar, discriminar, excluir, segregar, perseguir até lhes oprimir, extorquir, roubar, matar e exterminar, seja atravéz de seus braços armados, ou seja, polícia e forças militares, seja atravéz de instituições como legislativo, judiciário e executivo, seja atravéz de ações ou decisões.
Suas instituições criam, interpretam e executa leis, que prejudica frontalmente os cidadãos comuns e sem que estes possam se defender muito menos ser indenizados pelos crimes cometidos pelo estado, seja atravéz de suas leis, ou seja, os crimes legalizados pelo próprio estado, seja os crimes não legalizados ou condenados pelas leis do estado mas que só o estado ou os poderosos protegidos pelo estado, pode cometer,
Quando se vê qualquer propaganda montada propositalmente, com um casal composto por um indivíduo negro e outro branco loiro, logo deixa transparecer uma hipocrisia e ao contrário do que se tenta fingir passar, como o não preconceito étnico, termina por reforçar ainda mais pela falta de naturalidade e forçar a barra, pois consciente ou não se leva a crê que o sonho de consumo do negro é o branco loiro, não é por acaso que o indivíduo negro quando fica rico ou famoso sua primeira atitude é conseguir uma branca loira e invariavelmente burra mas interesseira, para desfilar.
sábado, 17 de fevereiro de 2024
CARNAVAL, o Brasil que deu errado! - INTERCEPT BRASIL
E essa é precisamente a nossa celebração.
O Carnaval é o Brasil que deu certo, muita gente diz. Não: é o Brasil que deu errado. Quem disse isso foi o mestre Luiz Antonio Simas em um vídeo publicado na quinta-feira, 15, e todo mundo deveria ouvir o que ele tem a dizer. Quem ama e quem odeia. Porque o Carnaval ajuda a explicar o país.
O Brasil como estado-nação, Simas lembra, foi projetado para excluir e para concentrar renda. Teve uma lei de terras que beneficiou latifundiários, privilégios para imigrantes brancos, uma abolição fajuta que levou milhões de pessoas negras à marginalização. Nossa construção como país foi feita para "desarticular sentidos coletivos de vida e aniquilar as culturas não brancas", diz Simas. Projetados para excluir. Esse Brasil deu certo.
É nas brechas desse sistema de exclusão bem-sucedido que Simas, pesquisador, historiador e historiador, se embrenha. Em uma entrevista ao podcast Lado B do Rio, o pesquisador conta que o que ele estuda é justamente como os excluídos constroem seus sentidos de vida nesse sistema excludente. "No caso do Rio, você vai estudar escola de samba, cultura das ruas e inevitavelmente, o jogo do bicho", ele explica.
As palavras de Simas ecoaram quando, nessa semana, acompanhei as tentativas de criminalização da Vai-vai após o inesquecível desfile de retorno ao grupo especial deste ano, em que a escola homenageou o hip-hop (outro grito dos excluídos, aliás).
Com o tema “Capítulo 4, Versículo 3 – Da rua e do povo, o Hip Hop: um manifesto paulistano”, a escola levou os Racionais MCs ao sambódromo, e empilhou referências de resistência negra e periférica, passando por bailes black, homenagem a Sabotage, Negra Li como madrinha de bateria, participação de Nelson Triunfo e um carro dedicado à São Bento, onde aconteciam as batalhas de rima. Uma ala de crianças representou os skatistas.
Um carro trouxe a estátua do Borba Gato, símbolo dos bandeirantes colonizadores, pichada – e teve a presença de Paulo 'Galo' Lima, dos entregadores antifascistas, que foi preso por colocar fogo na estátua em um protesto em 2021. Outra ala, chamada "Sobrevivendo no Inferno", em referência ao clássico álbum de 1997 dos Racionais, mostrou policiais com chifres.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também desfilou. Neto de um fundador da Vai-vai, Almeida tem uma longa relação com a escola. Neste ano, estava no carro do Borba Gato. Não demoraram a pipocar as primeiras manchetes: "Silvio Almeida desfila com Borba Gato pichado". Hoje, veículos de direita já falam em "ode ao crime".
Logo após o desfile, o sindicato dos delegados de São Paulo emitiu uma nota de repúdio, afirmando que o enredo desrespeitou, afrontou e tratou de forma vil e covarde as forças de segurança, e foi um escárnio aos agentes da lei.
De onde menos se espera é de onde não sai nada mesmo. Mas a narrativa seguiu crescendo. Na quarta-feira de Cinzas, a Folha resolveu publicar sobre uma investigação de 2022 da polícia de São Paulo, que diz que a escola emprestou R$ 300 mil de um suposto chefe do PCC para desfilar naquele ano. (O empréstimo foi registrado, o ex-diretor em questão negou a ligação com a facção).
Deve ter dado audiência. Depois, outra manchete do jornal também associou a escola ao crime organizado: "Vai-Vai pode ficar sem sede após negócio que favoreceu suposto chefe do PCC". Seja qual for a razão pela qual a Folha resolveu publicar isso justamente no dia em que a escola estava sob ataque por ser supostamente "bandidólatra", como disse o pré-candidato de direita à prefeitura de SP Kim Kataguiri, funcionou. O prefeito de São Paulo já avisou que estuda uma punição à escola (em um enorme Como Queríamos Demonstrar).
Mas qualquer um que acredite e se apegue nessa narrativa generalista é, além de preconceituoso, profundamente ignorante sobre a própria história do Carnaval.
Na década de 1920, quando surgiram as primeiras escolas no Rio de Janeiro, a cultura afro-brasileira era criminalizada e perseguida; desde então, cresceram e floresceram lidando com as contradições da sociedade carioca. O poder instituído, o turismo, as mídias, o mercado, a contravenção, o crime, o jogo do bicho: essas relações cercavam o Carnaval, mostrou Simas em um artigo publicado semana passada no Intercept.
Foi na década de 1970, lembra o historiador, que se aprofundou a relação entre algumas escolas e contraventores. Hoje, o cenário está mudando, com os controles de territórios ligados à milícia e ao tráfico.
Muda o jogo de poder, mas não o papel das escolas na vanguarda da cultura carioca. "As escolas de samba nunca foram problemas para a cidade e sua gente, mas solução. Por isso tantas instâncias – da contravenção ao mercado, passando pelas esferas legais do poder – tentam cooptá-las", ele escreveu.
Simas fala do Rio de Janeiro, mas não pude deixar de pensar em seu texto, e em suas palavras, ao acompanhar a reação contra a Vai-vai. A nota de repúdio dos delegados, a reação violenta do status quo à resistência desfilando na avenida, é o tal Brasil que deu certo em ação. É justamente o projeto desse Brasil excludente, que defende o encarceramento em massa e a criminalização da cultura negra e periférica, se materializando.
Com a Vai-vai, em que as críticas aos atores desse sistema de repressão foram mais explícitas, a reação também foi mais violenta. Mas é a mesma reação, desde sempre. Neste ano, em que Yanomamis, "Um defeito de cor", África, serpentes, onças, e Alcione estiveram na avenida, a resistência foi transformada em espetáculo em grande escala. Organizar a raiva e defender a alegria. O Brasil que deu errado foi didaticamente explicado na Globo.
Simas disse, em um vídeo publicado na quinta-feira, que é a brasilidade que pode tombar esse Brasil que deu certo excludente. "O carnaval é a vitória da brasilidade sobre o Brasil. É a vitória do corpo sobre a morte", ele falou.
Há quem defenda que o que ele diz é romantização. Afinal, nesse mesmo Carnaval também vimos a Beija-flor receber R$ 8 milhões de dinheiro público para homenagear Maceió – levando à Sapucaí o presidente da Câmara, Arthur Lira, do Progressistas, após pegar um voo da Força Aérea Brasileira. Mas os jogos de poder que envolvem a maior festa do país são precisamente o que Simas aponta: a brasilidade, o Carnaval, as escolas são a salvação, e por isso mesmo não faltam tentativas de cooptação e controle – como sempre houve no Brasil que deu certo.
“O mundo não dá importância ao Brasil”, diz Daniel Buarque. Para o pesquisador, ambição brasileira de querer ser visto como uma potência mundial contradiz a pouca importância que o resto do mundo dá ao país. Há um abismo entre a ambição do Brasil de querer ser uma potência mundial e a importância que as cinco potências com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU dão ao país. A conclusão é do jornalista e pesquisador Daniel Buarque, que acaba de publicar um livro com os achados de sua pesquisa. Na obra Brazil’s International Status and Recognition as an Emerging Power (O status internacional do Brasil e o seu reconhecimento como uma potência emergente, em tradução livre), Buarque coletou as opiniões de 94 diplomatas, ex-embaixadores, cientistas, empresários, funcionários governamentais e jornalistas sobre o poder do Brasil no exterior. Para eles, o Brasil é um país sem importância, incapaz de interferir nas grandes questões estratégicas, mas que as grandes potências preferem ter a seu lado a ter o país desbancando para o lado rival. “O conceito que eu uso para isso é o de peão cobiçado. Se pensarmos no cenário geopolítico global como um tabuleiro de xadrez, o Brasil é visto como a peça menos relevante, menos poderosa”, diz Buarque. “Ao mesmo tempo, todos esses países, que são grandes potências, querem que o Brasil seja um aliado deles.” A ideia de peão cobiçado é esta: “O Brasil não é visto como poderoso, mas as potências o querem do seu lado“. A distância entre a ambição brasileira de ser uma potência e a pouca importância que o país recebe no resto do mundo faz com que o país colecione sucessivos fracassos em política externa. Entre eles estão o acordo mediado pelo Brasil com o Irã e a Turquia, para tentar impedir a bomba atômica dos aiatolás, a tentativa de Lula de mediar a paz na Ucrânia ou de conseguir uma resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024
Vladimir Putin, um oligarca autocrata e ditador sanguinário
A morte, a prisão ou o exílio costumam ser destinos reservados aos opositores do presidente russo, Vladimir Putin, como aconteceu com o maior deles, Alexei Navalny, falecido nesta sexta-feira, 16, em uma prisão no Ártico por motivos ainda desconhecidos.
Morto na prisão
Navalny, principal opositor de Putin por mais de uma década, ao longo de sua vida foi assediado, envenenado e encarcerado. Por fim, morreu aos 47 anos em uma colônia penitenciária do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos por "extremismo"
Esse ativista contra a corrupção e ex-advogado moscovita já havia sido vítima, em 2020, na Sibéria, de um grave envenenamento, o qual atribuiu ao Kremlin, que sempre negou.
Ao retornar à Rússia em janeiro de 2021 após sua recuperação na Alemanha, foi detido e sua organização anticorrupção FBK foi fechada por "extremismo".
Assassinados
O ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov tornou-se um dos principais críticos de Putin na década de 2000. Menos de um ano depois de se opor à anexação da Crimeia, Nemtsov foi assassinado em fevereiro de 2015 com quatro tiros nas costas em uma ponte a poucos metros do Kremlin. Tinha 55 anos.
Seus apoiadores acusam o líder checheno Ramzan Kadirov de ter dado a ordem, o que ele nega.
Cinco chechenos foram condenados por esse assassinato, sem que o autor tenha sido oficialmente identificado.
Dez anos antes, em outubro de 2006, Anna Politkovskaya foi assassinada no hall de seu prédio em Moscou. Essa jornalista da Novaya Gazeta, principal veículo de comunicação independente do país, havia documentado e denunciado por anos os crimes do exército russo na Chechênia.
Presos
Outros críticos foram presos ou correm o risco de ser, como Oleg Orlov, figura da defesa dos direitos humanos e da emblemática ONG Memorial, cujo novo julgamento teve início nesta sexta em Moscou.
Orlov pode pegar até cinco anos de prisão por suas denúncias da ofensiva militar na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
Vladimir Kara Murza, de 42 anos, antigo opositor, afirma ter sobrevivido a dois envenenamentos. Em abril de 2023, foi condenado a 25 anos de reclusão em um julgamento a portas fechadas por divulgar "informações falsas" sobre o exército russo. Está cumprindo sua pena na Sibéria.
No mesmo mês, Ilia Iachin, de 39 anos, foi condenada em apelação a oito anos e meio de prisão por ter denunciado "o assassinato de civis" na cidade ucraniana de Bucha, perto de Kiev, onde o exército russo foi acusado de atrocidades, o que Moscou nega.
Acusada de ter "criado uma organização extremista", Ksenia Fadeieva, de 31 anos, ex-deputada aliada de Navalny, também foi condenada no final de 2023 a nove anos no cárcere.
Em junho de 2023, Lilia Chanicheva, primeira colaboradora de Navalny a ser julgada por criar uma "organização extremista", foi condenada a sete anos e meio de prisão.
Exilados
A maioria dos principais opositores que permanecem na Rússia está encarcerada. Os demais fugiram ou se exilaram, como o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov.
Mikhail Khodorkovsky, ex-magnata do petróleo, passou uma década preso por ter se oposto a Putin no início dos anos 2000. Depois de sua libertação em 2013, o ex-oligarca se estabeleceu em Londres, de onde financia plataformas de oposição.
Muitos apoiadores de Khodorkovsky, mas também de Navalny, deixaram a Rússia a partir de 2021, ano que marcou uma forte aceleração da repressão, acentuada desde a ofensiva na Ucrânia.
Moscou também aumenta a pressão sobre os dissidentes no exílio. Em fevereiro, foi aberta uma investigação na Rússia contra o escritor Boris Akunin, exilado desde 2014 em Londres, por "difusão de informações falsas" sobre o exército e "apelo ao terrorismo".
"Agentes estrangeiros"
Centenas de ativistas de direitos humanos, opositores e jornalistas foram rotulados como "agentes estrangeiros".
Foi o caso em fevereiro de Oleg Orlov, do ex-primeiro-ministro exilado Mikhail Kasyanov e do editor-chefe da Novaya Gazeta, Dmitry Muratov.
Pilar da defesa dos direitos humanos na Rússia, a ONG Memorial, co-vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2022, foi dissolvida pela justiça russa no final de 2021 por violar a lei sobre "agentes estrangeiros", que impõe rígidas obrigações administrativas.
A Justiça russa também ordenou a dissolução de várias associações com opiniões críticas por terem organizado na Rússia eventos fora de sua "zona de atividade" geográfica.
Foi o que ocorreu em agosto com o Centro Sakharov e anteriormente com o Grupo Helsinki de Moscou e o Centro Sova.